08/06/2020 | 11:36
O médico e ex-titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Rio grande do Norte (Sedec), Jaime Calado, afirmou que as decisões sobre o uso, ou não, da hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com Covid-19 devem ser tomadas pelos médicos.
Para Jaime Calado, mesmo com resultados positivos e negativos apresentados pelos testes do medicamento para o combate ao coronavírus, o médico deve analisar se é viável que o paciente tome a hidroxicloroquina.
“Eu vi o protocolo da médica do Piauí que mora na Espanha. O que não está se dizendo, é que cada paciente é único. Só quem pode decidir sobre a medicação é o médico. Eu vejo uma celeuma muito grande. O médico é quem decide. Imagine que o paciente quer tomar e o médico põe o estetoscópio e vê que ele tem arritmia cardíaca ou alguma alteração, claro que o médico não passa para ele”, contou em entrevista à Agora FM (97,9).
O protocolo clínico que o ex-secretário cita, é de uma médica piauiense que fez com que o município de Floriano, no interior do Piauí, adotasse o tratamento com a hidroxicloroquina e obteve um número positivo de casos recuperados.
Segundo o ex-titular da Sedec, a decisão para o uso no tratamento não deve ser nem do presidente Jair Bolsonaro, nem do Supremo Tribunal Federal. Jaime Calado afirmou que não condena quem utiliza do medicamento, pois para salvar vidas, pessoas procuram até um “curandeiro”.
“É uma discussão que não chamaram quem vai chutar a bola, que é o médico. Nem o presidente, nem o Supremo Tribunal Federal pode determinar. Só quem pode passar aqueles medicamentos prescritos, só o médico. Não censuro o médico que passa cloroquina, nem o que não passa. É como diz a lei. Está um desespero mundial, não censuro uma pessoa leiga que quer se salvar e salvar um parente, procura até um curandeiro. Até passar esse pico, temos que manter o isolamento social”, relatou.
Na última sexta-feira (5), a governadora Fátima Bezerra acatou o pedido de exoneração do secretário Jaime Calado pela obrigatoriedade de desincompatibilização de cargos, caso ele venha a disputar cargo eletivo nas próximas eleições. A exoneração se deu exclusivamente em cumprimento à legislação eleitoral. De acordo com Jaime, sua saída foi para dar maior apoio aos candidatos do PROS nestas eleições municipais.