BUSCAR
BUSCAR
Consumo

Diretora do Procon Natal alerta sobre bebidas falsas: “Barato pode sair caro”

Órgão intensifica ações de fiscalização após casos de intoxicação por metanol por consumo de bebidas
Redação
11/10/2025 | 05:50

A diretora-geral do Procon Natal, Dina Pérez, fez um alerta direto aos consumidores sobre o risco de consumir bebidas de procedência duvidosa. “O barato pode sair muito caro”, afirmou, ao destacar a importância de desconfiar de preços muito abaixo do mercado e observar detalhes como o lacre e a rotulagem antes de comprar ou consumir qualquer bebida alcoólica.

Segundo ela, a recomendação é simples: o consumidor deve estar atento. “Quando é muito barato, nós temos que, de fato, como consumidores, desconfiar”, disse ela, em entrevista nesta sexta-feira 10 ao programa Central Agora RN, da TV Agora RN (YouTube).

image
Diretora do Procon Natal alerta sobre bebidas falsas: “Barato pode sair caro” - Foto: José Aldenir/Agora RN

Além do preço, é preciso verificar se há lacre, se o rótulo apresenta erros de grafia e se o produto possui selo de rastreamento da Casa da Moeda, que garante autenticidade. Outra orientação é solicitar sempre a nota fiscal.

Dina reforçou que o cuidado deve ser redobrado em bares e restaurantes. “Se for aquela bebida que já está aberta, porque tem vodcas, por exemplo, uísque, em bares, quando o lacre é violado, não tem como voltar ao estado anterior. Então, verificar a rotulagem, se tem algum nomezinho lá errado, porque geralmente tem alguma grafia errada”, alertou.

Ela também lembrou das consequências graves do consumo de bebidas adulteradas: “A gente, às vezes, quer economizar até para se divertir mais, mas dessa economia a gente vai para um hospital. Pode ser uma cegueira, pode ser uma dor de barriga, ou algo mais grave, como morte”.

Fiscalizações nas ruas

Desde que os casos de intoxicação por metanol em bebidas foram registrados em São Paulo e ganharam repercussão nacional, o Procon Natal montou uma força-tarefa para fiscalizar bares, restaurantes, hotéis e distribuidoras na capital potiguar.

“No dia que saiu essa notícia em São Paulo, que repercutiu em todo o Brasil, nós, no outro dia, já criamos um plano de ação e a fiscalização já foi para a rua”, contou Dina. Ela ressaltou que também acompanha pessoalmente as operações. “Eu, como diretora-geral do órgão, não fico na cadeira, não, viu? Eu também vou para a rua junto com a minha fiscalização.”

O objetivo das visitas é duplo: orientar e prevenir. Segundo Dina, as ações neste primeiro momento têm caráter educativo e informativo, tanto para comerciantes quanto para consumidores. “Nós estamos fiscalizando bares, restaurantes, hotéis e as distribuidoras de bebidas no sentido de a gente fazer uma ação educativa e informativa, não só para o prestador de serviço, como para o distribuidor, mas também para o consumidor”, explicou.

A diretora acrescentou que o foco do trabalho é garantir a segurança alimentar e evitar tragédias semelhantes às registradas em outros estados. “O nosso objetivo maior é proteger o consumidor em qualquer relação de consumo.”

Até o momento, segundo ela, nenhuma irregularidade grave foi detectada. “Graças a Deus, não encontramos nenhuma irregularidade ainda, e apenas aquela suspeita que houve, que foi de um oficial da Marinha, mas que já foi descartada a hipótese.”

O plano de fiscalização será mantido e, a partir de novembro, deve se tornar mais rigoroso. “Vamos fazer essa fiscalização educativa durante o mês de outubro, mas de novembro para frente a fiscalização já vai ser mais firme”, adiantou Dina.

Em casos de irregularidade, o Procon tem poder de polícia para agir. “O Procon Natal tem o poder de aplicar multas, como também de fechar os estabelecimentos”, explicou. Dependendo da gravidade, o caso pode ser encaminhado à Delegacia do Consumidor, já que a venda de bebida adulterada também constitui crime.

“Quais são as punições? Multas, suspensão da venda e até o fechamento do estabelecimento, até que aquele problema seja sanado”, detalhou a diretora. “Numa situação como essa, vai além da relação de consumo. Então, tem a parte criminal também.”