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Economia

Aneel anuncia bandeira verde, sem custo extra, para conta de luz em janeiro

Decisão da Aneel reflete melhoria hidrológica e reforça histórico recente de bandeiras verdes após anos de volatilidade no sistema tarifário
Redação
24/12/2025 | 11:50

O ano de 2026 começará sem custo adicional nas contas de energia elétrica dos brasileiros, confirmou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta terça-feira 23. A agência reguladora anunciou que a bandeira tarifária de janeiro será verde, o que significa que os consumidores não pagarão taxa extra sobre o consumo de eletricidade no primeiro mês do ano.

Segundo a Aneel, apesar de o atual período chuvoso ter apresentado volumes de chuva abaixo da média histórica em grande parte do país, a recuperação dos níveis dos reservatórios em novembro e dezembro contribuiu para um cenário hidrológico suficiente para reduzir o despacho de usinas termelétricas, que custam mais caro e têm impacto ambiental maior do que a geração hidrelétrica.

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Contas de energia ficarão mais baratas em janeiro - Foto: Divulgação/Internet

No fim de 2025, já havia sinais de melhora. Em dezembro, foi anunciada a transição da bandeira vermelha patamar 1 para a amarela, com redução de R$ 4,46 para R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos — uma medida que começou a aliviar o bolso dos consumidores antes mesmo da chegada da bandeira verde.

Panorama recente de bandeiras

O sistema de bandeiras tarifárias, implementado pela Aneel em 2015, sinaliza mensalmente os custos reais de geração de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN), ajustando a conta de luz de acordo com as condições de geração hidrelétrica e a necessidade de acionar termelétricas mais caras.

Nos últimos anos, houve fases importantes de bandeira verde que trouxeram alívio aos consumidores. Por exemplo, de abril de 2022 a julho de 2024, a bandeira permaneceu verde por mais de dois anos consecutivos, interrompida apenas por breves acionamentos de bandeiras amarela ou vermelha diante de desafios hidrológicos e variações climáticas.

Em 2024 e 2025, o acionamento das bandeiras foi mais oscilante: o ano de 2024 terminou com várias alternâncias — entre verde, amarela e vermelha — conforme os níveis de chuva e previsão hidrológica, e o início de 2025 seguiu com bandeira verde em meses como janeiro e abril, em meio a condições hidrológicas relativamente favoráveis.

Influência nas contas e no consumidor

A adoção da bandeira verde não implica apenas ausência de custos extras; ela é resultado direto de cenários de segurança energética, com menor dependência de termelétricas e com maior participação de geração hidrelétrica e fontes renováveis, como solar e eólica — que têm crescido gradualmente na matriz energética brasileira.

Esse histórico recente de bandeira verde após breves períodos de bandeira amarela ou vermelha reforça tanto a importância da variabilidade climática — especialmente as chuvas nas principais bacias hidrográficas — quanto a eficácia do sistema de bandeiras em sinalizar custos ao consumidor em tempo real.

Com a bandeira verde em janeiro de 2026, os consumidores têm um alívio imediato nas despesas com energia, mas especialistas destacam que a manutenção desse cenário dependerá do padrão hidrológico ao longo do próximo ano, que continuará influenciando diretamente a geração e o custo da energia no país.