Tremembé
Disponível no Prime Video
A repercussão de Tremembé me pegou de um jeito que eu não esperava. A série mistura dramaturgia afiada com crimes que marcaram o país, e foi impossível não mergulhar nessa atmosfera tensa. Fiquei fissurada pelos casos depois de ver os episódios da primeira temporada – aquela curiosidade que surge quando a ficção cutuca memórias reais. Foi assim que comecei a buscar mais informações sobre os crimes retratados, tentando entender até que ponto a produção ficcionaliza ou espelha a realidade sombria da Penitenciária de Tremembé.

Com a segunda temporada confirmada pelo Prime Video, a minha expectativa só cresce. A promessa de novos personagens, tensões renovadas e o desdobramento da vida de Suzane von Richthofen fora da prisão abre um leque de tramas possíveis. Como espectadora, me vejo estudando cada caso citado, cada figura criminosa que pode voltar a aparecer, numa tentativa quase jornalística de antecipar os possíveis rumos da série. Tremembé, de alguma forma, redimensiona o interesse coletivo pelo true crime.
Lux – Rosalía
Disponível em todas as plataformas digitais
Lux, o novo álbum de Rosalía, chega como uma obra-prima. Depois da avalanche rítmica de Motomami, ela retorna mais contemplativa, mas igualmente grandiosa. Lux soa como uma ópera contemporânea guiada pela fé estética da artista, que transforma cada faixa em um altar próprio. As referências católicas saltam não só da capa, em que ela aparece como uma espécie de santa futurista, mas também da arquitetura sonora que envolve o disco. Há misticismo, provocação e uma feminilidade que vibra como força sagrada.
É também um álbum desafiador. Ao apostar em 13 idiomas, em camadas de música clássica, flamenco e eletrônico, Rosalía reafirma sua ambição de expandir fronteiras. Lux não é feito para consumo rápido; é uma escuta que exige entrega. Talvez por isso esteja polarizando opiniões, mas essa dualidade sempre acompanhou artistas que ousam. O resultado é um trabalho de art pop meticuloso e, acima de tudo, inegavelmente único.