A eleição para conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) foi interessante e inspira reflexões por parte da oposição radical na Assembleia Legislativa.
Na véspera da votação, alguém alimentava parte da imprensa com a história de que o deputado Gustavo Carvalho (PSDB) tinha 13 votos. Ele acabou com 11 na urna.
Articulador, Gusatavo reuniu todos os deputados aliados em seu gabinete, na parte térrea do prédio. Contava-se 11 votos, quando alguém deu conta do deputado Neilton Diógenes (PP), que foi chamado por um parlamentar da tropa de choque. Neilton chegou a descer no gabinete de Guastavo, subiu no plenário com a turma e depois ninguém entendeu mais nada.
No plenário, somente os 24 deputados e os dois advogados, um de Gustavo, e outro de George Soares (PV). Os primeiros votos eram de Gustavo. O semblante era de vitória até que foram contados apenas 11 votos, no total. Chegou a ter um empate de 11 a 11. O último voto foi de George Soares.
Mas, faltavam dois para 13. E quem foi que falhou? Os deputados da tropa de choque de Gustavo acusaram logo Neilton, que recebeu acenos até do suplente Getúlio Rego (PSDB), que prometeu votos em Pau dos Ferros. A oposição viu que errou em algumas estratégias, e não teve os 13 votos que cantou.
TRIO
Os deputados Dr. Kerginaldo Jácome e Ivanilson Oliveira foram os responsáveis por segurar Neilton Diógenes na “corda de caranguejo” que se formou pró-Gustavo Carvalho. Os três sentaram juntos na mesma fila. Gustavo, ainda de cadeiras de rodas, ficou junto deles.
BARRISMO
No Seridó, precisamente a turma que gosta do deputado Vivaldo Costa, andam reclamando da posição de dois parlamentares que poderiam ter ajudado a ampliar a bancada da região na Casa. Adjuto Dias (MDB) e Terezinha Maia (PL) votaram contra a ida do Papa Jerimum para a Assembleia. Eles preferiram acompanhar Gustavo Carvalho, com outros interesses. Em grupos seridoenses, a turma explorou isso.
PLACAR
A coluna Opinião agradece às fontes que acertaram e apostaram na virada de George Soares. Ontem, um animado chegou a garantir 13 votos. Mesmo no momento em que Gustavo Carvalho cantava a mesma soma. Terminou o vitorioso com 12 e Gustavo Carvalho não conseguiu chegar com os votos suficientes.
URNAS
A eleição interna anterior para conselheiro do TCE na Assembleia Legislativa, em 2012, teve o mesmo placar de ontem. Com apenas um voto de diferença, Poti Júnior era eleito em dezembro daquele ano conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Ele recebeu 12 votos, a mesma quantidade ontem de George Soares. Já Fábio Dantas chegou a 11 indicações favoráveis, mesma conta que teve Gustavo Carvalho. Fábio até foi derrotado com os votos de George e Gustavo, que eram com Poti. A deputada Cristiane Dantas, esposa de Fábio, ficou com Gustavo até o fim ontem.
GRATIDÃO
A turma mais radical anda querendo atirar no deputado Coronel Azevedo (PL), por ter tomado uma postura diferenciada na votação interna ontem. Para quem não sabe, Azevedo foi oficial de ordens do então governador Vivaldo Costa, em 1994. Fiel à base bolsonarista, Coronel Azevedo exerceu ontem um voto de “gratidão” a Vivaldo, que aos 84 anos vai assumir uma cadeira de deputado estadual até o fim desta legislatura.
GESTO
Vitoriso, George Soares agradeceu a todos os parlamentares e também ao concorrente, Gustavo Carvalho. “Tenho respeito demais pela decisão dos colegas. Quero parabenizar também ao colega Gustavo Carvalho, que foi leral na disputa e dizer que venceu a maioria”, afirmou no plenário, assim que foi liberada a entrada da imprensa.
TRÂMITE
Será aguardada agora a publicação no Diário Oficial do resultado da votação para conselheiro. A Assembleia tem alguns dias de prazo para informar ao presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro Gilberto Jales, para que seja definida a posse de George Soares.
