Equipes de resgate foram mobilizadas para as encostas do Monte Everest, na fronteira entre o Tibete e o Nepal, após uma tempestade de neve prender centenas de pessoas em acampamentos, segundo a mídia estatal chinesa. A região está a mais de 4,9 mil metros de altitude e o acesso foi bloqueado pela neve.
Cerca de 350 pessoas foram retiradas da área e levadas para a cidade de Qudang, informou a agência Reuters neste domingo, com base em dados da mídia local. Nesta segunda-feira 6, a mídia chinesa informou que aproximadamente 200 pessoas ainda estavam presas em trilhas e foram contatadas.
As fortes nevascas começaram na sexta-feira à noite e se intensificaram nas encostas orientais do Monte Everest, uma área popular entre alpinistas e caminhantes.
“Estava tão úmido e frio que a hipotermia era um risco real”, declarou Chen Geshuang, que faz parte de um grupo que chegou a Qudang.
Chen, de 29 anos, partiu do município de Qudang em 4 de outubro para chegar ao acampamento de Cho Oyu cinco dias depois. Seu grupo, de mais de 10 pessoas, enfrentou uma tempestade que trouxe trovões, ventos fortes e neve intensa.
“Quando acordamos na manhã seguinte, a neve já tinha cerca de um metro de profundidade”, relatou. Eles passaram quase seis horas descendo, encontrando aldeões tibetanos que levavam suprimentos para as equipes de resgate.
A equipe de resgate Blue Sky do Tibete recebeu chamadas informando que tendas haviam desabado e que caminhantes apresentavam sinais de hipotermia. A Companhia de Turismo do Condado de Tingri suspendeu a venda de ingressos e o acesso à área cênica do Everest desde sábado.
No Nepal, fortes chuvas nos últimos dois dias provocaram deslizamentos e inundações, destruindo pontes e causando a morte de pelo menos 47 pessoas. Na China, o tufão Matmo levou à evacuação de cerca de 150 mil pessoas.
O Monte Everest, com 8.849 metros, é o pico mais alto do mundo. A região cênica recebeu em 2024 um recorde de 540.200 visitantes, segundo a mídia estatal chinesa. Quase mil pessoas atingiram o topo, a maioria pela encosta nepalesa, considerada mais acessível, embora ainda perigosa.
Nos últimos anos, o Everest tem enfrentado preocupações com superlotação, questões ambientais e mortes em escaladas.
Obter informações precisas sobre a Região Autônoma do Tibete é difícil, já que estrangeiros precisam de autorização especial e jornalistas têm acesso limitado, geralmente apenas a excursões oficiais. Durante emergências, o controle do fluxo de informações é reforçado, mas os meios de comunicação estatais relataram o clima extremo e as operações de resgate.
