O médico Mohamad Barakat trava uma batalha judicial contra o cantor Netinho desde julho do ano passado. Naquele mês, o artista fez um texto em seu Facebook contando todos os problemas de saúde que teve por causa das receitas de anabolizantes de Barakat.
“O resultado todos sabem: a minha vida parou e fui à morte várias vezes”, postou Netinho, que passou meses internado na UTI do Hospital Sírio Libanês em 2013. O médico processou Netinho por danos morais, pedindo uma indenização de 88 000 reais.
Em agosto de 2016, a juíza Grace Correa Pereira, da 9ª Vara Cível de Brasília, acatou a liminar de Barakat e proibiu o cantor de voltar a mencionar o nome do endocrinologista, até o processo ser julgado (ainda não há previsão de uma decisão final). Caso contrário, pagará uma multa diária entre 1 000 e 50 000 reais.
Os advogados de Barakat pediram na sequência que fossem retirados todos os posts com críticas contra ele publicados nas redes sociais. Desta vez, perderam. Na segunda (25), a juíza negou o requerimento e o artista poderá manter a história em seu Facebook.
Netinho guarda receitas e troca de mensagens sobre seu tratamento com o médico e deverá publicar o episódio completo em um livro autobiográfico, assim que sair a decisão final.
Outro caso
Aqui na cidade, Barakat é réu em uma ação movida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) no início do ano passado. O processo corre por causa de uma sindicância aberta no órgão depois da publicação da reportagem “Os médicos que receitam bombas”, de VEJA SÃO PAULO, no fim de 2013. A revista denunciou a prescrição a pacientes interessados em incrementar a forma física rapidamente de anabolizantes e hormônios sintetizados em laboratório, atitude reprovada pelo Conselho Federal de Medicina.
Segundo nota da assessoria do Cremesp enviada à reportagem de VEJA SÃO PAULO nesta terça (26), a sindicância virou processo ético-profissional. Ou seja, agora, ocorre uma apuração sobre os casos: os envolvidos serão convocados para prestar depoimentos e a documentação, analisada. Ao final do processo, ele poderá ser absolvido, receber advertências ou, no pior dos cenários, perder o direito de clinicar. O caso corre em sigilo garantido por lei. Toda essa tramitação pode durar até cinco anos.
Barakat segue com suas consultas no consultório no Jardim América. O primeiro encontro com ele custa 1 500 reais e a agenda está lotada até novembro.
Fonte: Veja