O presidente da Federação da Agricultura, José Álvares Vieira, concedeu entrevista hoje a radio cidade. Segundo ele, no setor agropecuário, o governo Rosalba ainda está executando obras do governo passado, sem avançar no setor. Confira os principais trechos.
Nós sabemos que o ano de 2012 não foi bom para a agricultura e também para os criadores de gado, mas dentro das ações citadas para esses recursos que serão destinados ao Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), o que o senhor citaria pontualmente exemplificando essas ações? Que ações serão essas que serão executadas em 2013, exatamente?

Vamos fazer a recuperação da bacia leiteira do Estado com assistência técnica. Muito mais do que o crédito seja constante é a assistência técnica, ou seja, nós precisamos fazer com que os nossos produtores tenham acompanhamento com profissionais e aí eu sempre tenho dito: a assistência técnica atual é uma assistência técnica que não mais atende ao setor agropecuário. Aquela assistência técnica em que o técnico simplesmente vai a uma propriedade para conversar, bater papo com o produtor, não funciona. Nós queremos uma assistência técnica de acompanhamento, com metas, inclusive com meritocracia dos técnicos, com metas para os técnicos que irão executar essas ações.
O senhor está falando em relação à Emater?
Também. Eu acredito que a Emater é um veículo extraordinário. Eu acho que, em 2012 a Emater poderia ter uma atuação mais eficaz, uma atuação mais incisiva, principalmente em função do momento em que estamos vivendo, mas eu percebi que, infelizmente o Governo do Estado, através da Emater, muito pouco conseguiu de ações junto ao Governo Federal. Estão executando as ações do Governo passado. Acho que a Emater precisa passar por uma avaliação mais criteriosa para ver a função exata da Emater, porque muitas vezes a Emater ela sai do seu foco.
No que diz respeito à pasta, nós sabemos que o secretário Betinho Rosado deixou a Secretaria de Agricultura e voltou para a Câmara dos Deputados. Qual a sua expectativa em relação a um próximo nome que virá ocupar essa condução do setor? O setor tem sido ouvido? O governo tem buscado o setor para saber qual seria o perfil ideal a ocupar e conduzir a política rural do RN?
Hoje o secretário adjunto, Dr. Simplício, que está na pasta em substituição ao deputado Betinho Rosado… Eu tenho percebido que o Governo anda um pouco distante do setor, das entidades. Estamos aí para somar, a Federação da Agricultura é parceira do Governo do Estado, também a Anorc é parceira do Governo do Estado, enfim, todas as entidades do setor produtivo. O RN não pode correr o risco de dar errado; nós temos que fazer ele dar certo e para poder dar certo nós precisamos tentar, junto com todas as entidades, avaliar, ver o que é melhor. Eu acredito que a govenadora Rosalba deve ter alguns nomes para substituir, se é que vai haver alguma alteração na Secretaria de Agricultura e torcer que, no próximo ano, quem vier assumir possa desenvolver um trabalho, de fato, de permanentes ações junto aos produtores rurais, porque esse ano deixou muito a desejar. Eu esperava uma ação mais incisiva no orçamento. O deputado Betinho Rosado é um agrônomo, professor da Ufersa, tem conhecimento da área, mas eu percebi que a secretaria ficou um pouco acanhada, ficou um pouco sonolenta em relação às ações que mereciam ter um cuidado, por exemplo: a questão de salvamento do rebanho. Já há algum tempo a Federação da Agricultura vem pedindo ao Governo do Estado um maior empenho em relação ao salvamento do nosso rebanho, com relação ao volumoso, principalmente. Até agora nós só conseguimos R$ 2,6 milhões, que é através da Defesa Civil para a compra de volumoso; isso é muito pouco. Às vezes a gente escuta: Ah! Mas é o que foi possível. Não, nós precisamos avançar, buscar amais recursos. Na semana passada o Governo de Pernambuco aprovou na Assembleia Legislativa de Pernambuco um orçamento de R$ 14 milhões para salvar esse rebanho. O Governo da Paraíba da mesma forma. São recursos exclusivamente do Estado, não do Governo Federal. O Governo da Paraíba está subsidiando o volumoso, o farelo de soja, a torta de algodão. Nós não queremos nada de graça não, nós queremos que o Governo disponibilize a matéria prima para que nós possamos comprar. Uma outra ação que foi muito forte esse ano foi com relação à Conab. No início do ano, em junho, todos viram a insistência da Federação da Agricultura, muitos não acreditavam nas nossas ações, mas brigamos. Com determinação, com dedicação, a Federação da Agricultura foi muito importante na vinda desse milho para o RN. Para você ter uma ideia, o RN é o Estado que tem a maior cota de milho do Governo Federal no Nordeste. É o único Estado em que os armazéns estão abastecidos. Nós estamos olhando aqui para o Ceará, está faltando milho, a Paraíba também, mas está vindo milho para o RN.