“Pensei que já tinha visto o pior nesse hospital. Simplesmente tem setores que não dá para se locomover” desabafa Rosália Fernandes, coordenadora do Sindsaúde/RN e servidora do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel que entra na terceira semana de superlotação acima da média. Segundo as informações, na manhã desta segunda-feira 18, existem 132 pacientes internados no pronto-socorro.
23 dias passaram desde a primeira denúncia do sindicato sobre o cenário de guerra vivido pelo Walfredo Gurgel e as novas imagens, registradas na manhã desta segunda-feira 18, mostram 22 pacientes internados em uma pequena sala de atendimento clínico, onde eram para ter apenas pacientes que virem fazer exames, ficar em observação e aguardar para serem internados ou não, o setor de politrauma também se encontra intransitável devido a superlotação.
O Hospital Estadual Telecila Freitas Fontes, em Caicó, também enfrenta uma grave crise de superlotação. De acordo com informações, na sexta-feira 15 todas as alas do hospital estavam com seus leitos ocupados, incluindo a UTI. Outra grave situação no local é a falta de medicamentos e insumos básicos.
O cenário de guerra da assistência em um contexto em que faltam insumos básicos, só reforça a falta de planejamento e investimento por parte da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) e do Governo do Estado.
Sindsaúde também denuncia falta de recursos
O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN) denunciou, nesta segunda-feira 11, a superlotação e a escassez de recursos no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, a maior unidade de saúde pública do estado. De acordo com o sindicato, a unidade começou a semana, no domingo 10, com 101 pacientes internados no pronto-socorro, sendo 60 deles no corredor, em condições precárias.
A situação se agravou ainda mais com a formação de uma fila dupla de macas em um dos corredores, enquanto outros pacientes estavam amontoados ao lado do elevador e em áreas de circulação, como na frente dos setores de raio-X e tomografia. Na manhã da segunda-feira 11, o quadro continuava alarmante: 98 pacientes ainda estavam internados no pronto-socorro, sendo 48 no corredor.
Além da superlotação, o Sindsaúde apontou a falta de itens básicos de saúde. O hospital está operando, desde o final de semana, sem materiais essenciais como álcool, medicações, e antibióticos. A lista de itens em falta é extensa e inclui água destilada, cloreto de potássio, sondas uretrais, luvas cirúrgicas e cânulas para traqueostomia, entre outros produtos fundamentais para o atendimento adequado dos pacientes.
Outro ponto crítico da denúncia é a superlotação nas salas de recuperação. Segundo o sindicato, 27 pacientes estão sendo mantidos na sala de recuperação, enquanto duas salas de cirurgia estão bloqueadas, sendo utilizadas para abrigar pacientes pós-operatórios devido à falta de leitos adequados.