O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira 10, por meio de sua rede social Truth Social, que o país vai impor uma tarifa de 100% sobre todos os produtos chineses e adotar controles de exportação sobre “qualquer e todo software crítico” a partir de 1º de novembro de 2025. A medida foi divulgada horas após ele ameaçar cancelar a reunião marcada com o presidente da China, Xi Jinping, durante a cúpula da APEC, na Coreia do Sul.
“Acaba de ser revelado que a China adotou uma posição extraordinariamente agressiva em relação ao comércio, ao enviar uma carta extremamente hostil ao mundo, declarando que, a partir de 1º de novembro de 2025, iria impor controles de exportação em larga escala sobre praticamente todos os produtos que fabrica — e até mesmo sobre alguns que nem produz. Essa medida atinge todos os países, sem exceção, e foi obviamente planejada por eles há anos. Trata-se de algo totalmente inédito no comércio internacional e de uma vergonha moral no relacionamento com outras nações”, afirmou Trump na publicação.
O presidente também declarou que, diante do que chamou de “posição sem precedentes” da China, os Estados Unidos responderão com a imposição de tarifas e restrições tecnológicas. “A partir de 1º de novembro de 2025 (ou antes, dependendo de novas ações ou mudanças por parte da China), os Estados Unidos da América imporão uma tarifa de 100% sobre a China, além de quaisquer tarifas já em vigor. Também em 1º de novembro, serão impostos controles de exportação sobre qualquer e todo software crítico”, disse.
As tarifas planejadas elevariam os impostos de importação sobre produtos chineses para cerca de 130%, abaixo do patamar de 145% aplicado no início do ano, antes de os dois países reduzirem as taxas em uma trégua comercial.
O anúncio ocorre em meio a novas tensões entre as duas maiores economias do mundo. Recentemente, a China aplicou novas taxas portuárias a embarcações americanas e abriu uma investigação antitruste contra a empresa Qualcomm, após restrições dos Estados Unidos à exportação de minerais de terras raras, usados na fabricação de semicondutores, motores e aeronaves de combate.
A decisão de Trump coloca em dúvida a realização do encontro com Xi Jinping e pode impactar as negociações sobre a compra de soja americana pela China, um dos principais pontos de impasse comercial entre os dois países.
