Em uma eleição marcada pela temática da idade, Donald Trump anunciou o jovem J.D. Vance, 39, como vice de chapa na disputa pela Presidência dos EUA. A escolha é um gesto à ala mais a direita do partido, alinhada ao empresário, e mira o voto da classe trabalhadora branca do meio-oeste americano.
O anúncio, feito nesta segunda 15 na rede social Truth em paralelo à convenção republicana, encerra um mistério que vinha sendo feito havia meses. A demora é atribuída tanto a um cálculo político —estender o suspense ao máximo para impulsionar o impacto da notícia— quanto a uma indecisão de Trump sobre seu companheiro de chapa.
Também nesta segunda, Trump se tornou oficialmente o candidato do Partido Republicano à Casa Branca na convenção da sigla. O ex-presidente venceu as primárias republicanas com facilidade no início do ano, derrotando adversários como a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley e o governador da Flórida, Ron DeSantis.
O presidente Joe Biden, provável adversário da dupla na eleição em novembro, chamou Vance de “clone de Trump”. “Eu não vejo nenhuma diferença.”
Vance é senador por Ohio. Originalmente um investidor de risco, ele ganhou projeção nacional em 2016 com o livro best-seller “Hillbilly Elegy” (“Era uma Vez um Sonho”, na tradução para o português), adaptado para o cinema em 2020. Na obra, Vance faz um retrato da classe trabalhadora branca americana ao contar sua própria origem pobre no Cinturão da Ferrugem.
Como Trump já antecipou em seu anúncio, a escolha de Vance é vista como uma forma de conquistar votos entre esse eleitorado, especialmente importante no chamado “paredão azul”: Wisconsin, Pensilvânia e Michigan. Biden precisa vencer nesses estados para se manter na Casa Branca, além de distritos em Nebraska e Maine. Se Trump furar esse paredão, como fez em 2016, ele é eleito.
