Integrantes da cúpula do Senado relataram à CNN Brasil que está sendo articulado um “impeachment simbólico” do advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o STF. A referência é às dezenas de pedidos de impeachment de ministros da Corte protocolados no Senado e nunca analisados. Nesse cenário, Messias seria o primeiro a ser impedido antes mesmo da sabatina e da votação.
Segundo os relatos, a intenção é que a sabatina de Messias ocorra apenas em 2026. A avaliação é que esse período permitiria a formação de uma maioria contrária à indicação no Senado.

Um senador próximo ao Palácio do Planalto afirmou que a situação de Messias é difícil porque, pela primeira vez, havia também a candidatura de um ex-presidente do Senado. O parlamentar Rodrigo Pacheco (PSD-MG) era visto como nome querido entre os senadores e ministros do STF.
Há ainda a leitura entre parlamentares de que, embora a prerrogativa de nomeação seja do presidente da República, a Constituição prevê participação relevante do Senado, que precisa sabatinar e aprovar o indicado.
Nesta segunda-feira (24), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que a sabatina ocorrerá no “momento oportuno”. Ele disse que “cada Poder da República atua dentro de suas próprias atribuições, preservando o equilíbrio institucional e o respeito aos ritos constitucionais”.
Parlamentares apontam como sinal da resistência ao nome de Messias o fato de que o pedido mais recente de impeachment de um ministro do STF coletou 41 assinaturas. A avaliação interna é que, pelo menos, esses 41 senadores votarão contra o indicado ao Supremo.