Visando somar forças em prol da representatividade das pessoas pretas e suas expressões artísticas dentro do cenário cultural do Rio Grande do Norte, o selo Nightbird Records promoverá, com recursos da Lei Aldir Blanc, o “Nightbird Sessions 2021 – Especial Música Preta Potiguar”, neste domingo 31, às 12h. O projeto reúne quatro artistas pretos que trazem reflexões acerca das estruturas presentes no cenário local, além de muita música.
Nomes experientes e calouros da cena norte-rio-grandense fazem parte da programação da sessão, que será realizada de forma adaptada por causa da pandemia da Covid-19, seguindo os protocolos necessários de higiene e prevenção. O Nightbird Sessions promoverá não somente a inclusão e exposição desses artistas, mas também uma amostra do ecletismo característico da produção musical preta potiguar, contribuindo não somente para a quebra de estereótipos musicais, mas também para a formação de público consumidor da música potiguar.
Além dos pontos acima, o projeto reúne produtores culturais, técnicos, musicais e audiovisuais pretos, evidenciando também a necessidade urgente de igualar posições dentro do mercado cultural do estado, resultando em uma ação efetiva em prol da representatividade destas pessoas em todos os setores e etapas de produção artística. Sendo assim, a Session reúne uma equipe majoritariamente composta por pessoas pretas.
Todo o conteúdo será disponibilizado nos canais do selo, no YouTube e IGTV (Instagram), além da distribuição dos áudios das sessões para streaming nas plataformas digitais, no mês de fevereiro. Este projeto foi contemplado com recursos da Lei Aldir Blanc Rio Grande do Norte. Fundação José Augusto, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Artistas participantes
Quilomba Zu é drag queer, artista visual, performer, atriz, compositora e cantora. Desenvolve seus estudos principalmente na ressignificação do corpo preto-bixa como potência e agente transformador na sociedade, como também resgate de sua ancestralidade. Tem como referências musicais Ventura Profana, Linn da Quebrada, As Bahias, Sevdaliza, Sza, Rihanna e outros nomes importantes na música preta e LGBTQIA+. Em 2020 se lançou como cantora com o single “Me tora” e, em seguida, divulgou seu primeiro EP, ”AMADOR”. Atualmente trabalha em sua primeira mixtape denominada “FATO POPULAR” com previsão para 2021.
Sâmela Ramos é cantora de Jazz, Soul e R&B, radicada na cidade de Natal desde 2011, nascida na cidade de Guarulhos (SP), e foi lá onde conheceu a musicalidade preta mais perto, cantando em corais de música negra cristã, com influência dos corais norte americanos. Hoje sua música carrega essa influência do Soul, R&B e Spiritual, seguindo para o Jazz – onde se encontra atualmente.
Sueldo Soaress é artista presente na noite natalense desde os anos 1980, consagrou-se por palcos, festivais e prêmios, como compositor e intérprete. Após passar pelo teatro em temporadas de sucesso, em 1986, participou do Projeto Pixinguinha, show que trazia Joyce, Clara Sandroni e Lazo Matumba como atrações. No ano seguinte, estava participando do “Pixingão”, com a Orquestra de MPB, na sala Sidney Miller (Rio de Janeiro). Daí por diante, teve participação especial em shows de alguns mega-stars da MPB, como Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Jorge Ben Jor, Angela Rôrô, Geraldo Azevedo, Toninho Horta, Kleiton e Kleidir e Xangai, além de fazer parte do Pixinguinha Nacional, junto com o grupo João Penca e seus Miquinhos Amestrados, pelo Norte e Nordeste. Passou pela Europa, África e Estados Unidos, levando canções autorais ou acompanhando turnês de outros artistas, como Jorge Ben. O artista segue atualmente como um dos nomes de referência do cenário potiguar.
Jo Piter agrega em suas composições desde o MPB ao blues, usa a arte como meio de expressão e resistência, de um modo original e forte. Natural de Recife (PE), reside em Natal desde 2013 e, há cerca de dois anos, se apresenta no cenário independente potiguar. O músico de 22 anos busca transmitir seus sentimentos nas letras, compartilhando as dores, emoções e vivências de modo efervescente e empático, usufruindo de uma mistura de estilos e junções de ritmos populares.