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Média e alta complexidade

Secretário de Saúde de Natal cobra diálogo e diz que paralisação médica pegou gestão de surpresa

Geraldo Pinho afirma que prefeitura tenta regularizar contratos para garantir segurança jurídica e continuidade da assistência à população
Redação
16/10/2025 | 09:32

O secretário municipal de Saúde de Natal, Geraldo Pinho, afirmou que a paralisação dos médicos especialistas que prestam serviço à Prefeitura pegou a gestão de surpresa. Segundo ele, não houve comunicação oficial por parte dos profissionais, que suspenderam desde segunda-feira 13 as cirurgias e procedimentos de média e alta complexidade realizados em hospitais conveniados.

“Não fomos informados oficialmente em nenhum momento, ficando sabendo de forma informal. Hoje eu mandei um ofício para toda a rede contratualizada, querendo saber de fato quem paralisou, até quando vão paralisar e, principalmente, quais são os procedimentos e pacientes afetados”, disse o secretário, em entrevista ao Balanço Geral Manhã, da TV Tropical.

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Secretário Geraldo Pinho disse esperar uma solução “no menor espaço de tempo possível”. Foto: José Aldenir / Agora RN

Ele ressaltou que a Prefeitura pretende remanejar os atendimentos, especialmente os casos de pacientes oncológicos, para que não fiquem desassistidos.

De acordo com Geraldo Pinho, a falta de contrato formal com a cooperativa médica não é recente. “Sem contrato já está desde 2023. A antiga prestadora de serviços já atuava há mais de dois anos sem segurança jurídica”, explicou. O secretário relembrou que, recentemente, o Município abriu um processo emergencial de contratação para regularizar a situação e garantir estabilidade tanto para a gestão quanto para os profissionais de saúde.

A paralisação envolve cerca de 120 médicos que atuam em especialidades como oncologia, neurocirurgia, urologia, cirurgia cardíaca e pediátrica, entre outras. Os profissionais reclamam da ausência de proposta oficial da Prefeitura e da tentativa de mudança na forma de pagamento, antes realizada via cooperativa. Segundo o médico Jader Gonçalves, chefe do setor de mastologia da Liga Contra o Câncer, as negociações se arrastavam há 40 dias, mas foram encerradas após um “retrocesso” nas tratativas.

A Liga Contra o Câncer, que é hospital filantrópico, realizou mais de 4 mil cirurgias do SUS apenas no primeiro semestre deste ano. Com a paralisação, apenas procedimentos de urgência continuam sendo feitos, enquanto as cirurgias eletivas foram suspensas.

O secretário Geraldo Pinho disse esperar uma solução “no menor espaço de tempo possível”. A formalização dos novos contratos, segundo ele, deve ocorrer “o mais breve possível”, com acompanhamento do Ministério Público Estadual e da Procuradoria-Geral do Município.

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