A Secretaria de Educação de Mossoró foi alvo de críticas na Câmara Municipal, com vereadores acusando a gestão de falsificar dados educacionais para mascarar índices do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Segundo a vereadora Marleide Cunha (PT), professores estariam sendo pressionados a alterar registros de presença para reduzir os números de evasão escolar.
“Diretores de escolas estão sendo mandados pela Secretaria Municipal de Educação, coagindo professores a colocarem presenças em alunos que faltaram. Isso é para mentir sobre os dados da evasão escolar e falsificar dados para que o IDEB esteja maior no próximo levantamento”, denunciou Marleide.
A vereadora também criticou a falta de estrutura nas escolas e a demora na instalação de aparelhos de ar-condicionado. “Os ar-condicionados ainda estão no depósito, dois anos parados, enquanto as escolas enfrentam dificuldades”, afirmou.
Por outro lado, o vereador Lucas das Malhas (União Brasil) defendeu a administração municipal, destacando que Mossoró alcançou um dos maiores IDEBs em 2023. “A vereadora tenta criar uma narrativa, mas quem trabalha nas escolas sabe o quanto foi investido”, rebateu.
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A questão dos dados educacionais foi apenas uma das críticas levantadas na sessão. Outros vereadores apontaram problemas em diferentes áreas da gestão municipal, incluindo saúde e transparência no orçamento. O vereador Omar Nogueira (PV) questionou o uso de recursos na saúde. “Falta medicação nas UPAs e insumos nas unidades básicas, mas dizem que foi investido R$ 125 milhões. Para onde foi esse dinheiro?”, indagou.
Já o vereador Genilson Alves (União Brasil) acusou a prefeitura de não repassar R$ 14 milhões à Câmara Municipal desde 2021, comprometendo o funcionamento da Casa. “O prefeito está cometendo crime de responsabilidade ao não repassar o que é de direito deste poder”, afirmou.
Na área de infraestrutura, o vereador Costinha destacou promessas não cumpridas, como a arena esportiva do bairro Santo Antônio, e criticou a propaganda da gestão. “O dinheiro para a obra veio do senador Jean Paul, e não do Mossoró Realiza”, disse.
Prefeitura rebate acusações sobre educação, saúde e obras em Mossoró
Após as denúncias levantadas por vereadores na Câmara Municipal de Mossoró, a Prefeitura se posicionou para esclarecer os pontos questionados, afirmando que as críticas não refletem a realidade das ações em andamento.
Sobre a acusação de coação a professores para alterar registros de presença de alunos, a gestão municipal foi categórica: “A Prefeitura desconhece qualquer tipo de ação neste sentido”.
Em relação às críticas sobre aparelhos de ar-condicionado parados enquanto escolas enfrentam dificuldades, a administração destacou o avanço no processo de climatização da rede municipal de ensino. “A Prefeitura está instalando ar-condicionado em todas as salas de aula das escolas e creches do município. Já estamos em torno de 60% de todas as salas climatizadas.”
No tocante à saúde, a gestão negou a falta de medicamentos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), como apontado por um vereador. “Não há registro de falta de nenhum medicamento em nenhuma UPA da cidade”, assegurou.
Sobre as alegações de que a Câmara Municipal deixou de receber R$ 14 milhões desde 2021, a Prefeitura reiterou estar cumprindo os repasses previstos em lei. “A Prefeitura está cumprindo com todos os repasses devidamente à Câmara de Mossoró conforme estabelecido em lei.”
Quanto à arena esportiva do bairro Santo Antônio, cuja entrega foi alvo de críticas, a gestão confirmou a continuidade das obras. “A obra está acontecendo e em breve será entregue à população. Inclusive, a Prefeitura já inaugurou uma arena esportiva este ano, no bairro Belo Horizonte.”