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Opinião
Saúde e economia andam juntas, diz economista Zivanilson Silva
Zivanilson Silva afirma que a pandemia já mudou tudo sem pedir licença e que o RN precisará acompanhar esses novos tempos
Redação
04/01/2021 | 07:02

Há exatos 10 meses, o professor Zivanilson Silva, catedrático da cadeira de Economia da UFRN desde 1977, fechou-se em casa e só sai para o essencial: ligeiras caminhadas perto de casa, em Capim Macio, quando pouca gente está na rua; sessões de exercício no salão de festas do prédio sob a supervisão da cunhada, que é personal trainer e posições de hatha yoga em casa mesmo para reduzir a ansiedade e melhorar do sono.

Aos 69 anos, essa rotina explica em parte a silhueta enxuta e a paciência farta deste macaibense que, por entender de economia e de vida, não vê diferença alguma entre os dois, já que uma não sobrevive sem a outra. E, passeando por suas palestras na internet, fica fácil entender a razão – Zivanilson não separa o ser humano da economia. Ambos ambas umbilicalmente ligados.

Antes que a pandemia no novo coronavírus fosse decretada oficialmente no Brasil, lá pelo começo de março, ele já tinha voltado do Canadá, onde fora visitar a neta mais velha, e ainda conseguiu dar 15 dias de aulas presenciais antes de isolar-se quase por completo.

Apesar da flexibilização decretada no estado no começo de julho, já percebera que a agonia estava longe do fim e, por menos que apreciasse as aulas à distância, está mergulhado nelas desde o dia 18 de abril.
Para o professor, que até o ano passado era presença frequente na televisão falando dia a dia da economia, os meses vindouros não serão nada fáceis no Brasil e muito menos no RN.

E por duas razões razoáveis, segundo ele: o fim do auxílio do governo e os impasses desnecessários criados em torno da pandemia. “Há uma grande dificuldade de se entender que o passado realmente é passado e nada será como antes”, decreta o professor.

Sem ajuda emergencial a partir do ano que vem – tema ainda em debate no governo federal -, ele considera que será preciso um esforço imenso das lideranças políticas e empresariais para se posicionar nesse novo cenário.

“Seremos obrigados a entender nossas reais vocações nesse tabuleiro, sabendo que o petróleo está com os dias contados e conduzir um processo de retomada focado no que realmente temos a oferecer: energias limpas e segmentos viáveis fora de delírios grandiosos e inalcançáveis”, afiança.

Para Zivanilson Silva, se é fato que um país não pode sobreviver eternamente de auxílios emergenciais, também é igualmente verdadeiro que já se foi o tempo de políticas de absoluta dependência estatal e de mera vontade política. Ou seja, o desafio será conduzir o país por essa estreita a acidentada estrada. “A Petrobras foi um exemplo disso durante décadas, quando no adaptamos a sua presença sem pensar num futuro alternativo que nos permitisse caminhar sem os royalties de uma companhia em transformação”, lembra.

Diz que não é de hoje que a estatal fundada por Getúlio Vargas vem passando por mudanças para se transformar num player não apenas de petróleo, mas de energia em todo seu amplo espectro. “Nunca foi novidade que esse tempo chegaria. Pois, agora, a fatura chegou”, acrescenta.
Em resumo, para Zivanilson Silva, o caminho das pedras é a diversificação da economia por meio de doses maciças de capitais privados. E sentencia: “Chega de obras públicas, elas geram emprego num primeiro momento, mas depois volta tudo à estaca zero”.

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