O TDAH é uma doença bastante discutida na saúde mental da infância e adolescência. O diagnostico é muito delicado e precisa de uma atenção especial de quem está avaliando. É fundamental observar a criança dentro do seu contexto. Uma criança desatenta é aquela que ainda que o modelo educacional esteja adequado e ainda que os pais adotem medidas pedagógicas, ela possui dificuldades.
O transtorno afeta 6% das crianças (ou 11% em algumas estatísticas) e 3% dos adultos. O déficit de atenção traz grandes prejuízos à criança no que diz respeito o aprendizado. Importante ressaltar que 80% das crianças com o transtorno têm grandes chances de continuar TDAH na adolescência. Da adolescência para a fase adulta, esse número vai para 50%.
O que é o TDAH? Trata-se de um transtorno neurobiológico, genético e hereditário, mas que também encontra em fatores ambientais motivos para sua ocorrência, como por exemplo: nascimento com baixo peso, bebês prematuros ou mãe que fuma durante a gravidez. É caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade que geralmente se inicia na infância, mas pode persistir ao longo da vida. O TDAH apresenta dois tipos distintos, o TDAH combinado: hiperatividade, impulsividade e déficit de atenção. Já o TDAH desatento é caracterizado quando a criança demonstra apenas a falta de atenção.
O TDAH se manifesta, geralmente, antes dos 7 anos de idade. Em 95% delas, o transtorno se revela antes dos 12 anos. É importante salientar que o TDAH ocorre na fase de desenvolvimento da criança.
O neuropediatra Dr. Clay Brites é o autor do e-book “Mitos e Verdades sobre o TDAH – Entendendo para incluir”. Para o especialista, há muitas informações deturpadas e preconceituosas propagadas pelo senso comum sobre o assunto. Por exemplo, algumas pessoas falam que o transtorno é uma doença inventada. Porém, o TDAH é uma das condições médicas mais pesquisadas e posta à prova de evidências científicas. “Seus mecanismos neurobiológicos são conhecidos desde a década de 50”.
- QUAIS SÃO OS SINTOMAS DO TDAH?
-Não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido
-Rendimento escolar baixo
-Excessiva dificuldade em manter o foco em uma atividade que exija esforço mental prolongado pois é –facilmente distraído.
-Não segue instruções e não termina atividades
-Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra - Hiperatividade
-Agita as mãos ou os pés ou se mexe na cadeira
-Não consegue permanecer sentado
-Corre ou escala em demasia. Está frequentemente “a mil”
-Fala em demasia
-Responde precipitadamente antes das perguntas terem sido completadas
-Tem dificuldade para aguardar sua vez
Como é feito o diagnostico?
O diagnostico é essencialmente clínico. Para diagnosticar o profissional de saúde deve avaliar o número, a gravidade, a duração dos sintomas e o prejuízo causado. Analisando a forma como o TDAH interfere de forma negativa na vida do paciente.
Qual tratamento adequado?
O TDAH tem componentes neurobiológicos e também comportamentais, emocionais e de aprendizagem. Somente um tratamento que contemple de forma integral trará os resultados desejados, no curto, médio e longo prazo.
Pode-se fazer uso de uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, psicoterapia, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador.
A psicoterapia que é indicada para o tratamento do TDAH chama-se Terapia Cognitiva Comportamental que no Brasil é uma atribuição exclusiva de psicólogos. Não existe até o momento nenhuma evidência científica de que outras formas de psicoterapia auxiliem nos sintomas de TDAH.
Em casos específicos está indicado o tratamento com fonoaudiólogo: quando existem simultaneamente, Transtorno de Leitura (Dislexia) ou Transtorno da Expressão Escrita (Disortografia).
Se você tem mais dúvidas quanto ao assunto, converse com o pediatra do seu filho, um neurologista ou procure a ajuda de um psicólogo. A criança com TDAH é uma criança que sofre, cercada por frustrações e muitas vezes com baixa auto-estima por perceber que é diferente dos colegas de classe. As dificuldades em manter a atenção, a desorganização e a inquietude atrapalham bastante o rendimento dos estudos. Tudo isso pode levar a criança a ser motivo de piada entre os colegas, tornando-a introspectiva e com uma grande aversão à escola.