O senador Rogério Marinho (PL) afirmou que ainda acredita na possibilidade de aliança com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), nas eleições de 2026. Em entrevista à rádio 98 FM, o pré-candidato ao Governo do Estado defendeu que o campo político de centro-direita deve buscar a união em torno de um projeto comum para o Rio Grande do Norte, antes de discutir nomes para a disputa estadual.
Rogério disse que o momento é de conversar com outras forças políticas e construir consensos. “Esse momento que antecede o processo eleitoral é o momento também de conversar com outros partidos e com outras correntes políticas, por exemplo, o PP, o União Brasil, o Republicanos, partidos que estão dentro do nosso espectro ideológico de centro à direita”, afirmou.

Ao ser questionado sobre o prefeito de Mossoró, que é do União Brasil, ele ressaltou que não vê impedimento para o diálogo. “Não existe candidatura lá. O que existe é intenção. Então, enquanto essa intenção não for materializada, pelo menos com o lançamento de uma pré-candidatura, imagino que haja uma possibilidade de conversa, de convergência, de conciliação”, disse.
O senador destacou que o foco deve estar na elaboração de propostas para o Estado, e não apenas na definição de nomes. “A nossa preocupação agora é apresentar um projeto para o Estado. E se um projeto for apresentado que convirja com o que nós entendemos que é importante para o Estado, pode ser até que alguém tenha um projeto melhor do que o meu”, afirmou.
Rogério Marinho, que é presidente estadual do PL e principal nome da oposição à governadora Fátima Bezerra (PT), reforçou que mantém o diálogo aberto com aliados do campo conservador e que trabalha para fortalecer a unidade. “Às vezes, as pessoas me perguntam: a direita está desunida? Não, a direita está unida. A direita tem um candidato. A direita tem um pré-candidato, que é Rogério Marinho”, afirmou.
Rogério Marinho insistiu que a unidade da direita é essencial para enfrentar o grupo governista e construir uma alternativa política sólida para o Estado. Segundo ele, a prioridade não é a candidatura individual, mas a convergência em torno de um projeto. “Esse momento é de conversa, de conciliação. Nós estamos fazendo um trabalho para apresentar um projeto ao Rio Grande do Norte, com foco em desenvolvimento, sustentabilidade, segurança pública e apoio ao cidadão comum”, afirmou.
Ele reforçou que o PL seguirá dialogando com outras legendas e lideranças regionais para formar uma aliança ampla. “Estamos abertos ao diálogo com todos que queiram discutir o futuro do Estado. O importante é que o projeto seja bom para o Rio Grande do Norte e que traga esperança para o nosso povo”, concluiu.
“Temos um projeto pronto para o Estado”
Durante a entrevista, Rogério apresentou detalhes do trabalho político que vem realizando nos últimos meses. Ele disse que o PL percorreu todo o Rio Grande do Norte para ouvir a população e consolidar um plano de desenvolvimento estadual. “Nós percorremos os 167 municípios do Rio Grande do Norte, fizemos mais de uma dezena de seminários e temos um projeto pronto que está sendo refinado para apresentarmos ao Estado. Identificamos os problemas e de que forma vamos vencê-los”, afirmou.
O senador enfatizou que a intenção de disputar o Governo do Estado não nasceu de uma decisão isolada, mas da percepção de que o RN precisa de um novo rumo. “Não adianta você ser candidato de si mesmo, ou porque você tem alguma vaidade pessoal. Ao contrário do que dizem, nós estamos fazendo um trabalho levando em consideração a crise que identificamos no Estado, a necessidade de debelar essa crise e de darmos a nossa contribuição”, declarou.
Crescimento nas pesquisas
O senador também comentou o desempenho do seu nome em pesquisas eleitorais. Rogério avaliou o resultado como um reflexo do trabalho de mobilização que vem sendo feito pelo PL.
“No início do ano, quando nós lançamos a nossa pré-candidatura, pesquisas de institutos mais variados me davam oito ou nove pontos de intenção de voto. Hoje temos pelo menos 30%, o que é um patamar extraordinário para o início de candidatura”, disse.
Na pesquisa Exatus publicada pelo AGORA RN nesta semana, o senador aparece com 26,4% ou 27,4% das intenções de voto, a depender do cenário – sempre atrás de Allyson Bezerra, que lidera com 39,1% ou 39,4%.
Ele lembrou que seu crescimento segue trajetória semelhante à de 2022, quando venceu a disputa pelo Senado. “Quando eu fui candidato ao Senado da República, em março do ano, em março, eu tinha oito pontos percentuais. Então, nós estamos muito felizes com a recepção que o nosso nome tem, mas também temos muita humildade de entender que isso pode mudar, para o bem ou para o mal, depende da circunstância e da conjuntura desse período pré-eleitoral”, observou.
Sucessão de Bolsonaro só depois da votação da anistia, diz senador
Durante a entrevista, Rogério Marinho também abordou o cenário nacional e afirmou que a definição do sucessor de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2026 depende diretamente da votação do projeto de anistia aos investigados pelos atos de 8 de janeiro.
Segundo o parlamentar, o Congresso Nacional precisa deliberar sobre o tema antes de qualquer movimento eleitoral dentro do campo conservador. “Eu acho que esse momento agora é de resolvermos a questão da anistia, porque quem está preso tem pressa. Quem está sendo injustiçado quer que a sua sede de justiça seja saciada”, declarou.
Ele reforçou que, só depois da votação da anistia, o PL e os aliados de Bolsonaro discutirão candidaturas. “Para resolvermos a questão da sucessão, o Congresso precisa falar em relação à anistia. E após a decisão do Congresso Nacional, que representa o povo brasileiro, é que a gente deve se debruçar no tema de quem vai ser candidato”, afirmou.
Rogério disse ainda que segue integralmente a orientação de Bolsonaro sobre o futuro político do grupo. “Se ele disser que é candidato, eu estou com ele. Se disser que o candidato é outro, ele vai me dar os motivos e eu vou apoiar o outro candidato. Eu vou seguir a orientação do [ex-]presidente Bolsonaro”, declarou.
O senador contou que esteve reunido com o ex-presidente em Brasília na última terça-feira 23 e conversou sobre o panorama nacional. “Eu tive uma conversa com ele, mais de quatro horas. Conversamos sobre todos os estados do Brasil, sobre o mapa político, sobre o que está acontecendo, sobre a perspectiva do futuro”, relatou.
“Eu estou muito seguro do que pensa o presidente Bolsonaro. E o que ele pensa é o seguinte: vamos resolver primeiro a questão da anistia dos encarcerados e dos injustiçados”, declarou Rogério.
Para Rogério, o tratamento judicial dado a Bolsonaro é injusto e demonstra o que ele chamou de “desequilíbrio entre os poderes”. “Ele está há 53 dias preso. Está há 53 dias censurado, impedido de se comunicar com as pessoas, com cautelares impostas por um juiz, em cima de um processo em que ele não foi denunciado”, disse.