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Declaração

Rogério desmente Álvaro sobre corte de R$ 40 mi do MDR para Natal

Senador afirmou que prefeito terá de provar acusação de que ele mandou cortar recursos para capital potiguar
Redação
08/08/2023 | 08:05

O senador Rogério Marinho (PL) falou pela primeira vez sobre a acusação feita pelo prefeito Álvaro Dias (Republicanos) acerca de um suposto pedido do parlamentar para que o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) cortasse o envio de verbas que viriam para Natal, num total de R$ 40 milhões. Marinho desmentiu o prefeito da capital e afirmou que o chefe do Executivo terá que provar o conteúdo de sua fala.

“O prefeito [Álvaro Dias] faltou com a verdade, acho que ele tem a responsabilidade de provar o que disse. Ele disse textualmente que eu mandei anular recursos ou empenhos que estavam consignados para a cidade do Natal; isso é uma inverdade”, rebateu Rogério durante entrevista nesta segunda-feira 7 à rádio 96 FM.

Senador Rogério Marinho (PL) e prefeito Álvaro Dias durante a campanha
Senador Rogério Marinho (PL) e prefeito Álvaro Dias durante a campanha. Foto: Reprodução

Segundo explicou o senador, os atos administrativos do governo – a exemplo do empenho e de suposta anulação de recursos federais – devem ser publicados no Diário Oficial da União (DOU), a fim de que as ações sejam formalizadas e tornadas transparentes, o que não ocorreu no caso mencionado pelo prefeito.

De acordo com o que disse Álvaro em entrevista no final do mês passado, o distanciamento político entre ele e o senador se deu pelo fato de Marinho ter pedido ao MDR para cancelar convênios com a prefeitura de Natal, o que gerou prejuízo para a cidade. Ainda segundo Dias, os recursos que chegariam à capital, da ordem de R$ 40 milhões, seriam utilizados na reforma da orla urbana e em outras obras que estavam planejadas.

Marinho, que foi ministro do Desenvolvimento Regional durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o ente ministerial enviou recursos para diversas ações na capital, a exemplo das verbas destinadas à engorda da praia de Ponta Negra, à construção do Mercado Público da Redinha e à reforma da Av. Felizardo Moura, na zona Norte de Natal.

Ainda segundo Rogério Marinho, Álvaro usou tal narrativa como um “pretexto” para se afastar politicamente do grupo ligado ao senador e ao ex-presidente após o insucesso eleitoral de Bolsonaro na última campanha presidencial.

“A partir daquele momento [da derrota de Bolsonaro] o prefeito mudou completamente, se afastou, não deu mais notícia, ele esteve comigo uma ou duas vezes e eu não sou uma pessoa que fico cobrando esse tipo de posicionamento”, acrescentou Marinho, dizendo-se surpreso com a declaração de Álvaro acerca do suposto corte de verbas para Natal.

Mais adiante, ao analisar a oposição no Rio Grande do Norte, Rogério não contou com Álvaro Dias como oposicionista ao atual governo e especulou que, diante da mudança de postura do atual mandatário, o prefeito “deve ficar com o PT” nas eleições do ano que vem.

Apesar da acusação de Álvaro, Rogério diz que deseja que o prefeito de Natal faça uma boa administração e que consiga concluir as obras que estão em andamento na cidade.

João Maia tinha dificuldade de fazer papel de oposição no PL

Novo presidente do PL no Rio Grande do Norte desde o final de junho, Marinho também falou sobre sua nova função partidária e sobre a relação com o ex-presidente da sigla, o deputado federal João Maia. O senador reconheceu o trabalho do deputado à frente do partido, mas disse entender que havia a necessidade de o PL ter uma “nova cara” e se posicionar de uma forma mais “incisiva” diante do cenário local e nacional.

“Nós temos claramente uma oposição ao governo federal e também ao governo do estado, então isso precisa ficar muito nítido para quem é eleitor no estado, da maneira como o partido precisa necessariamente se posicionar e isso certamente o deputado João Maia tinha uma certa dificuldade de fazer esse papel de forma mais incisiva”, avalia Marinho.

A ideia de Rogério nesse primeiro momento à frente do PL-RN é reestruturar a legenda em âmbito estadual de olho nas eleições municipais de 2024, quando a sigla buscará ter candidatura própria nas principais cidades. Naquelas onde isso não for possível, o PL buscará fazer alianças com outros partidos.

Dando pistas sobre possíveis composições para o próximo pleito, o presidente do PL afirma que o partido tem certa afinidade com siglas como o PP, o Podemos e o União Brasil.

“Tem o nosso apoio”, diz Rogério sobre pré-candidatura de Girão em Natal

Rogério Marinho também falou sobre a pré-candidatura do deputado federal General Girão (PL) à Prefeitura do Natal em 2024. Segundo o senador, caso o deputado mantenha sua intenção de disputar a cadeira do Palácio Felipe Camarão, terá o apoio do partido sob o seu comando.

“Tem o nosso apoio, caso ele [Girão] tenha interesse realmente em convalidar essa candidatura”, garantiu Marinho.

A pré-candidatura a prefeito de Natal foi lançada por Girão em maio passado durante um evento na Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), em Mossoró.

Caso o deputado mantenha sua pré-candidatura, ele deverá ser o representante do bolsonarismo no pleito eleitoral de Natal. Na última quinta-feira 3, inclusive, o parlamentar se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília. Na pauta, entre outros assuntos, o cenário político do Rio Grande do Norte.

Movimento iniciado por Bolsonaro “não vai morrer”, diz Rogério

Apesar da condição atual de inelegível do ex-presidente, o senador exaltou a liderança de Bolsonaro no Brasil e afirmou que o ex-mandatário gera “inquietação nos donos do poder atualmente”.

Ele afirma que Bolsonaro representa uma série de valores que unem uma parcela da sociedade brasileira e que esse ideário se manterá vivo, mesmo que Bolsonaro esteja fora dos próximos pleitos eleitorais. Entre esses valores, Marinho cita a defesa da “família”, da “liberdade” e da “propriedade”.

“Eu não tenho dúvida de que há toda uma respeitabilidade em quem pensa diferente, mas esse movimento que o presidente Bolsonaro iniciou – e foi ele o catalisador desse processo – não vai morrer, pelo contrário, ele está cada vez mais vivo e mais forte”, finaliza.

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