A “Roda das Não Ausentes” vai reunir as bailarinas Mainá Santana, Rosa Costa, Rozeane Oliveira, Margoth Lima e Silvia Rodrigues em uma conversa sincera sobre a dança contemporânea. Neste encontro, as artistas assumem os lugares de mulheres negras na coletividade, dentro das práticas culturais cabíveis.
A ideia do diálogo é trazer a discussão sobre racismo e tecnologias femininas pretas para a dança contemporânea. Buscando desfazer a falsa ideia de que na dança não há racismo, as artistas encontram na roda as linguagens da fala e da escuta circulares, construindo outros modos de estar no mundo.
“Ouvi muitas vezes colegas dizendo que não há racismo na dança contemporânea, que basta ser artista da dança para saber respeitar o outro, só que essas são inverdades. De colegas de cena a diretores de companhias, passando por produtores, pela dificuldade em se firmar no mercado de trabalho, o racismo está em toda parte”, afirmou Mainá.
Por isso, a artista convidou Rosa, Margoth, Rozeane e Silvia para a roda de conversa ao vivo.” A intenção não é trazer apenas as dores, mas discutir modos de se movimentar dentro da estrutura, estratégias de ensino, estéticas diversas, fortalecendo tanto o debate sobre dança contemporânea como sobre pretitude”, pontuou.
A exibição ao vivo está marcada para acontecer nesta terça-feira 12, às 20h. Depois, a “Roda das Não Ausentes” ficará disponível com legendas no canal do YouTube. O evento foi contemplado na Chamada Pública de Emergência 002/2020 – Da Democratização, do Acesso, da Acessibilidade e da Sustentabilidade da Prefeitura de Natal, pela Lei Aldir Blanc.
As participantes
Mainá Santana, organizadora do projeto, é curiosa, artista da dança, intérprete, intérprete-criadora, performer, arte-educadora, preparadora corporal, psicóloga, articulista, poeta, produtora e assistente de Iluminação. Atualmente, desenvolve projetos de videodança, trabalha como artista independente e em parceria com René Loui, Willy Helm e Arthur Moura (Coletivo CAUDA).
Foi colaboradora de projeto de pós-doutorado, membro do Fórum de Danças Contemporâneas: Corporalidades Plurais e do Setorial da Dança do Rio Grande do Norte. Foi premiada na categoria “Interpretação” do Prêmio Denilto Gomes e indicada ao APCA na mesma categoria, por trabalho na Cia Carne Agonizante.
Trabalhou como intérprete-criadora na Jorge Garcia Companhia de Dança, com passagens por outras companhias de dança de São Paulo. Formou-se em balé na Escola de Bailados Municipal de Santos (EBMS), mas seu primeiro contato com a dança foi o forró na casa dos avós.
Rosa Costa é diretora artística e curadora do Tanz Festival de Dança, co-fundadora e gerente de relacionamento da Dança Digital.com e membro do Setorial de Dança do RN. Formada em dança pela Predislava Voronoff Goulenko (Grupo Cultural de Dança Ilha), com passagem pela Escola Estadual de Danças Maria Olenewa RJ.
Como bailarina, atuou no Grupo Cultural de Dança Ilha e no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Corpovivo Cia de Dança, entre outras. Nos Estados Unidos, dançou na INDANCO e na Paralax; na Alemanha, dançou na Stadttheater Bremerhaven, na Deutsches National Theater Weimar, na Schalspiel Haus Leipzig, no Oldenburgisches Staatstheater e no Theater Nordhausen.
Além disso, tem experiência como coreógrafa, coordenadora pedagógica, professora cadastrada AAB Perform Awards. É também formada em Relações Públicas e em Administração com ênfase em Recursos Humanos.
Rozeane Oliveira desenvolve atividades artísticas há quase 20 anos em Natal, como oficinas, espetáculos teatrais, preparação corporal, criação em dança contemporânea, dentre outras. Integrou o Grupo Parafolclórico (projeto de extensão) da UFRN, onde no ano de 2006 participou do Feiap – Santa Cruz Do Sul (RS).
Entre os anos de 2008 e 2016, fez parte do corpo artístico da companhia Gira Dança atuando como pesquisadora e intérprete/criadora, onde participou de vários festivais de dança nacionais e internacionais, destacando Viva Dança, Cenas Cumplicidades, Brasil Move Berlim e o Ano do Brasil em Portugal.
Fez circulação pelo Palco Giratório em 45 cidades pelo Brasil. Em 2016, criou o Coletivo CIDA, juntamente com o bailarino René Loui, onde participou de vários festivais. Além disso, foi a rainha do Carnaval de Natal nos anos de 2018 e 2019. É uma das integrantes do Sarau Insurgências Poéticas, artista convidada do Sarau Quintas das Artes, entre outros.
Margoth Lima tem formação técnica em dança pela Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão (EDTAM), iniciando na dança pelas Danças Urbanas. É artista circense pelo circo Grock, Integrante da Cia. de Dança do Teatro Alberto Maranhão (CDTAM), professora da EDTAM e faz parte do Grock Entretenimento. Pela dança, já foi para a Alemanha, Suíça, Áustria e França. Também é formada em História pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
Silvia Rodrigues nasceu em Currais Novos, mas foi criada em Natal. Ela é artista independente, candomblecista, aprendiz de Capoeira Angola, buscadora de impulsos de vida em movimentos. Aos três anos e meio, adentrou na Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão (EDTAM), dançando balé clássico. É ainda mestre em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), licenciada em Dança pela UFRN. Atualmente, é professora temporária de artes da rede de ensino estadual do RN.