O Rio Grande do Norte é o sexto estado brasileiro com menor número de bebês internados por desnutrição. Entre os estados nordestinos, o RN é o que registrou o menor número de internações. Desse total, a capital potiguar, Natal, teve três internações.
As informações equivalem ao ano de 2022 e são de estudo do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), realizado com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Ministério da Saúde, extraídos em 29 de dezembro.
Em 2022, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou no Brasil 2.754 internações de bebês menores de 1 ano por desnutrição, sequelas da desnutrição e deficiências nutricionais – o equivalente a sete por dia em todo o país. Dentre estados e capitais, Bahia e Salvador concentraram o maior número de hospitalizações: respectivamente 480 e 159.
Outros estados do Nordeste também registraram um alto número de internações, como Maranhão, com 280, e Sergipe, com 121. O coordenador do Observa Infância, Cristiano Boccolini, destaca a desigualdade entre as regiões. “Enquanto o Nordeste registrou 1.175 hospitalizações em 2022, o Norte realizou 328 internações pelas mesmas causas no ano passado”, apontou.
“No cenário atual, embora o sistema registre uma pequena redução no número de internações de bebês menores de 1 ano por desnutrição no país de 2021 para 2022, de 2.946 para 2.754 hospitalizações, podemos considerar que a tendência se mantém – o que é preocupante”, avaliou ele.
Observa Infância
O Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) é uma iniciativa de divulgação científica para levar ao conhecimento da sociedade dados e informações sobre a saúde de crianças de até 5 anos. O objetivo é ampliar o acesso à informação qualificada e facilitar a compreensão sobre dados obtidos junto a sistemas de informação nacionais.
As evidências científicas trabalhadas são resultado de investigações desenvolvidas pelos pesquisadores Patricia e Cristiano Boccolini no âmbito do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates.