19/12/2020 | 10:47
Em 2020, o Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) registrou 98 abalos sísmicos em todo o estado, sendo a região de João Câmara a mais afetada, já que corresponde por aproximadamente 77% dos casos. Isso porque a área fica sobre a “Falha da Samambaia”, a maior falha geológica do Brasil. Outros sismos ocorreram na região de Caraúbas, Paraú e São Francisco do Oeste. O maior registrado foi de magnitude 2.4, em Pedra Preta, no dia 12 de setembro.
A maioria dos tremores foram sentidos pelos moradores e, em alguns casos, causaram deslocamentos de objetos – como foi o caso do abalo sísmico registrado na última terça-feira 15 em Bento Fernandes. O tremor de magnitude 1.0 foi percebido pela população local.
“Esses abalos na região da ‘Falha da Samambaia’ são razoavelmente comuns, já conhecemos desde a década de 1950. Atualmente a falha está mais adormecida, não está tão ativa, mas quando ela se movimenta, é reativada. Quando isso acontece, nós não conseguimos dizer como será a evolução dos tremores e nem em quais lugares ele se dará. Isso infelizmente não é possível prever”, informou o professor Anderson Farias do Nascimento, coordenador do Laboratório Sismológico da UFRN.
FALHA DE SAMAMBAIA
Samambaia é a maior falha geológica do Brasil. Tem 38 km de comprimento por cerca de 4 km de largura e uma profundidade que varia entre 1 e 9 km. Está localizada na região dos municípios de Bento Fernandes, Poço Branco, João Câmara e Parazinho. As atividades sísmicas ao redor da falha de Samambaia são constantes e em alguns casos podem causar tremores de magnitude elevada, como a de 1986, que chegou a 4.3 na escala Richter e foi sentido inclusive em Natal.