09/06/2020 | 05:00
O médico sanitarista Jaime Calado defendeu nesta segunda-feira (8) que a decisão sobre usar ou não a hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com a Covid-19 seja dos médicos, e não de políticos.
O medicamento, uma variação do composto cloroquina, é usado há décadas no combate à malária. Aqui no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro é o principal defensor de que a utilização seja ampliada para combater o coronavírus, embora não haja estudos que comprovem a eficácia. Médicos afirmam que o medicamento traz efeitos indesejados especialmente para cardiopatas.
“Cada paciente é único. Só quem pode decidir sobre a medicação é o médico. Eu vejo uma celeuma muito grande. O médico é quem decide. Imagine que o paciente quer tomar e o médico põe o estetoscópio e vê que ele tem arritmia cardíaca ou alguma alteração. Claro que o médico não passa para ele”, contou ele, em entrevista à Rádio Agora FM (97,9).
O médico afirmou que não condena quem utiliza o medicamento.
“Não chamaram quem vai chutar a bola, que é o médico. Nem o presidente nem o Supremo Tribunal Federal podem determinar. Só quem pode passar aqueles medicamentos prescritos é o médico. Não censuro o médico que passa cloroquina nem o que não passa. É como diz a lei. Está um desespero mundial. Não censuro uma pessoa leiga que quer se salvar e salvar um parente. (Quem precisa) Procura até um curandeiro. Até passar esse pico, temos que manter o isolamento social”, recomendou.
Na última sexta-feira (5), Jaime Calado oficializou sua saída do cargo de secretário estadual de Desenvolvimento Econômico.