“Eu acho que o Partido dos Trabalhadores tem histórico de comprar”, declarou o deputado estadual reeleito José Dias (PSDB), ao sugerir que a governadora Fátima Bezerra (PT), reeleita por mais quatro anos, poderá “comprar”o apoio de deputados na Assembleia Legislativa. Para corroborar sua tese, o parlamentar relembrou o escândalo do “Mensalão” que consistia em repasses de fundos de empresas, que faziam doações ao PT para conquistar adesão de políticos.
“Eu tenho a experiência de que o governo só tem a minoria se quiser e, além do mais, vamos ser bem claros aqui, não vou poupar a minha capacidade de ser sincero, [portanto], acho que o Partido dos Trabalhadores tem um histórico de comprar. O Mensalão é o atestado universal. [Mas, os deputados que estão entrando têm o histórico de se vender é?] Eu não sei. Aí é que está o problema, não posso julgar as pessoas, eu julgo a história”, enfatizou.

De acordo com José Dias, o Partido dos Trabalhadores esteve envolvido em um dos maiores escândalos da história política do país, o “Mensalão”. A cúpula da legenda a negociava repasse de dinheiro, como uma mensalidade – daí o termo “mensalão” – a deputados da base aliada como forma de comprar apoiosno Congresso Nacional.
“Eu olho a história, a história é essa. O PT tem um histórico comprovado em processo, em julgamento, em um relatório em que o ministro Joaquim Barbosa não teve coragem de concluir para não atingir Lula eaposentou-se. Se aposentou por vergonha. Foi uma vergonha nacional, ele fez um grande trabalho até chegar aos pés de Lula, porque Lula era quem comandava o Mensalão. E uma teoria, conhecimento do fato e tal. E, claro, que nós não podemos, a não ser que queiramos ser ingênuos ou absolutamente partidário, achar que Lula não sabia do que estava ocorrendo”, ressaltou.
O resultado das eleições para a Assembleia Legislativa favorece a oposição, com a vitória de 15 deputados estaduais oposicionistas, em uma bancada composta por 24 cadeiras, enquanto, apenas nove dos parlamentares eleitos e reeleitos fazem parte da base da governadora Fátima Bezerra.
“Eu sonho com um Supremo parecido com o americano”, dispara o deputado tucano
Sobre afirmações do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, sobre ter recebido sugestões para aumentar o número de ministros no Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado foi enfático: “Eu acho que não há necessidade. O que eu sonho é que nós tivéssemos um Supremo parecido com o americano, porque igual é impossível, quando nós temos cem mil processos, eles têm cem processos. É uma diferença fabulosa, inimaginável. O que eu acho é que o Supremo deveria ser principalmente ou essencialmente ou somente um acordo constitucional. Nó deveríamos ter não uma Corte criminal ou civil, isso deveria ficar lá no STJ. Só em questões, nos Estados Unidos também acontece, só em questões que envolvem direitos fundamentais, que realmente atinja a Carta de lá, que tem história, a nossa não tem, a nossa tem história de remendo, certo? A nossa é nova e remendada. A dos Estados Unidos é velha e pouco remendada”.
E continuou: “Não sou favorável que se aumente, sou favorável é que se der ao Supremo esse valor absoluto de ser o guardião da Constituição, até porque acho que nós necessitamos da política, mas essa forma tri-partícipe do (Executivo, Executivo e Judiciário) foi uma sacada genial. Eu acho que vai prevalecer o equilíbrio e acho que nós precisamos do Executivo para executar, do Legislativo para legislar e do Judiciário”, completou.
O deputado José Dias defendeu a continuidade do Governo de Jair Bolsonaro e avaliou não haver necessidade de interrupção, “eu acho que se Bolsonaro for eleito nós teremos uma continuidade, não vejo qualquer razão para que se tenha uma ruptura do que ele está fazendo. Você vai dizer: ‘Bolsonaro é um liberal. Não. Ele é um convertido’. E às vezes São Paulo foi um convertido. Muitos reputam São Paulo como o fundador da doutrina da igreja católica. Ele teve mais importância na igreja católica do que São Pedro e era um convertido. Então, Bolsonaro é um convertido ao liberalismo, ela era um intervencionista, até porque há uma tradição militar de nacionalismo e nacionalismo envolve estado forte, intervencionismo na economia e tal. Mas hoje acho que ele está convertido. Acredito que ele não volte atrás. Ele já fez a estrada de Damasco dele. Essa é a visão que vejo sobre o ponto de vista econômico. Sobre o ponto de vista da política, apesar de dizer que o conservadorismo ganhou espaço no Congresso nacional, nós ainda temos hoje um ativismo judicial muito forte. E será o contraponto”, finalizou.