A Fundação Projeto Tamar realizou nesta quarta-feira 17 a abertura da Temporada de Desova das Tartarugas Marinhas na Praia da Pipa, em Tibau do Sul, no litoral sul do Rio Grande do Norte. O evento aconteceu no Mar Bay Toca e marcou simbolicamente o início do período de reprodução das espécies monitoradas na região, que abriga áreas classificadas como Área de Preservação Permanente (APP).
A atividade reuniu parceiros institucionais, moradores e representantes do trade turístico. Pipa é um dos destinos turísticos mais conhecidos do país e também uma área de ocorrência da tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), espécie ameaçada de extinção no Brasil. No local, a Fundação Projeto TAMAR desenvolve ações de conservação, pesquisa e educação ambiental voltadas à proteção das tartarugas marinhas.

Desde 2002, durante a temporada de desovas, equipes do projeto percorrem diariamente as praias da região, antes da movimentação de moradores e turistas, para identificar rastros deixados pelas tartarugas durante a madrugada. A partir desses sinais, os ninhos são localizados e protegidos. Cada ninho abriga dezenas de ovos, que eclodem semanas depois, quando os filhotes seguem em direção ao mar. Segundo a instituição, sem o monitoramento contínuo, muitos ninhos ficariam expostos a ameaças naturais e humanas.
De acordo com a coordenação da Fundação Projeto Tamar em Pipa, o acompanhamento aponta que a região tem papel relevante na conservação da tartaruga-de-pente no Atlântico Sul. “É uma área de desova e alimentação, o que torna a proteção desses ambientes ainda mais urgente”, explica Eduardo Lima, coordenador de Pesquisa e Conservação da Fundação Projeto TAMAR no Rio Grande do Norte. “Cada ninho protegido representa uma nova chance de recuperação da população dessa espécie”, afirma.

Além do trabalho de campo, a Fundação mantém ações permanentes de educação ambiental, com palestras e visitas ao Espaço Hawksbill, localizado no Santuário Ecológico de Pipa. As atividades buscam aproximar a comunidade das questões relacionadas às tartarugas marinhas e incentivar práticas cotidianas voltadas à conservação dos ecossistemas costeiros.
A participação de pescadores, comerciantes e voluntários integra as ações desenvolvidas na região. Esse grupo contribui com apoio às caminhadas de filhotes e participa de mutirões de limpeza promovidos por instituições locais. Segundo a Fundação Projeto TAMAR, o envolvimento da população amplia o alcance das iniciativas e fortalece a relação entre a comunidade e o patrimônio natural de Pipa.

Em uma região com crescimento contínuo do turismo, a Fundação avalia que a manutenção das ações depende da colaboração entre comunidade, setor privado e poder público. “Proteger as tartarugas é proteger a própria identidade de Pipa. É garantir que as próximas gerações possam conviver com essa riqueza natural”, reforça o coordenador.
As atividades da Fundação Projeto Tamar seguem ao longo de todo o ano, com foco na conservação das tartarugas marinhas e do ecossistema marinho presente no litoral de Pipa.