O Rio Grande do Norte produziu 240 toneladas de soja em 2024, a segunda menor do país, mas foi a primeira vez que a cultura foi registrada no estado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM).
Foram 100 hectares plantados e colhidos na microrregião do Vale do Açu, com rendimento médio de 2,4 mil quilos por hectare e R$ 600 mil em valor gerado aos produtores.

O açaí também foi registrado pela primeira vez, com 20 toneladas produzidas e R$ 200 mil em valor de produção. Segundo Leonardo Medeiros Júnior, chefe de pesquisas agropecuárias do IBGE, “as informações municipais para cada produto investigado pela PAM somente são prestadas a partir de um hectare de área ocupada com a cultura e uma tonelada de produção, por isso, pode haver outros produtores de soja, café, açaí e uva que não apareceram na pesquisa”.
A produção de uva cresceu em 2024, com três hectares plantados e colhidos na região Leste do estado, totalizando 125 toneladas e R$ 900 mil em valor de produção. O café arábica, cultivado em três hectares no Agreste, passou de três para sete toneladas, com valor de R$ 105 mil.
O melão manteve o RN como maior produtor nacional, apesar de queda de 19,66% em relação a 2023. Foram 505.212 toneladas colhidas, representando 61,9% da produção nacional, com valor de produção de R$ 858 milhões, alta de 4% sobre 2023. Mossoró concentrou 42% da produção, com 8,3 mil hectares e 218 mil toneladas colhidas. Baraúna teve 3,1 mil hectares e 93 mil toneladas; Tibau, 87,9% da área cultivada em melão. Os cinco maiores produtores em 2024 foram Mossoró, Baraúna, Tibau, Apodi e Upanema.
A cana-de-açúcar liderou em quantidade, com 3,85 milhões de toneladas produzidas, alta de 0,8% ante 2023, apesar de queda de 13,74% no valor, que somou R$ 633 milhões. A produção concentrou-se no Litoral Sul, com destaque para Canguaretama (892.480 t), Baía Formosa (660.000 t), Arês (463.382 t), Goianinha (388.719 t) e Taipu (280.000 t).
O estado caiu no ranking da castanha-de-caju e da melancia. A produção de castanha somou 20.546 toneladas, queda de 35% e terceiro lugar nacional; a área plantada caiu de 62 mil para 58 mil hectares. A melancia caiu para sexto lugar, com 142 mil toneladas, retração de 3,7% frente a 2023.
O milho também sofreu com a seca: 34% da área plantada não foi colhida, totalizando 46.837 hectares colhidos, com 22,6 mil toneladas produzidas, queda de cerca de 3 mil toneladas em relação a 2023, e valor de R$ 31,8 milhões, retração nominal de 18,3%.
Mossoró liderou em valor de produção agrícola, com R$ 357,54 milhões, seguida por Tibau (R$ 327,94 milhões) e Touros (R$ 323 milhões).
A Produção Agrícola Municipal investiga área plantada, colhida, quantidade produzida, rendimento médio e preço médio de 64 produtos agrícolas em todo o país. Os dados completos estão disponíveis no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra).