O secretário estadual de Planejamento, Aldemir Freire, comemorou nesta sexta-feira 18, pelo Twitter, a chegada da primeira remessa de melão potiguar à China, quase três meses após a partida histórica da carga da fruta para a Ásia.
É o resultado de anos de trabalho, idas e vindas, até a consumação do carregamento de 3,5 toneladas de melão pele de sapo das exportadoras Famosa e Vita Mais. E, de quebra, em plena pandemia do novo coronavírus.
Nesta sexta-feira, o executivo principal da Agrícola Famosa, Luiz Roberto Barcelos, disse que a fruta chegou “muito bem ao destino”, considerando uma viagem de 45 dias sob refrigeração, contando o deslocamento do RN até o porto de Santos, de onde a carga partiu para a China.
“A ideia agora é ir aumentando esses testes”, explicou Barcelos ao Agora RN nesta sexta-feira. Acrescentou que chegou a se pensar numa nova remessa agora, mas ela chegaria por ocasião do Ano Novo chinês, no começo de fevereiro, então “seguraremos um pouquinho mais”.
Segundo Luiz Roberto, estuda-se a possibilidade de realizar outra remessa do melão potiguar entre meados e o fim de janeiro e ir aumentando gradativamente esses embarques e, consequentemente, a qualidade da fruta.
“Mas o primeiro embarque foi positivo”, qualificou o executivo, que também preside o Comitê Executivo de Fruticultura do RN (Coex).
O acordo que possibilitou a exportação do melão potiguar para a China foi celebrado em novembro do ano passado, durante reunião bilateral entre os presidentes Jair Bolsonaro e Xi Jinping, na XI Cúpula do Brics, em Brasília, com a presença da ministra Tereza Cristina, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Antes do primeiro embarque, o melão embarcado foi vistoriado pelas equipes do Ministério da Agricultura na própria fazenda com ativa participação de um fiscal habilitado pelo governo chinês que participou da lacragem a fruta.
A expectativa dos exportadores brasileiros é de dobrar as vendas externas de melão com a abertura do mercado chinês, mas, como observa Luiz Roberto Barcelos, da Agrícola Famosa, é um trabalho ainda no começo e as próximas partidas ainda são testes dentro dessa nova rota asiática.
Em 2019, o Brasil exportou um volume superior a 251 mil toneladas de melão para vários países. A metade dos produtores é conquistar 1% do mercado da China, o que já seria suficiente para dobrar as exportações do produto.
Em 2017, a China foi responsável pelo consumo aproximado de 17 milhões de toneladas, quase metade da produção mundial. O RN é o principal exportador, respondendo 30% de toda exportação. No ano passado, a fruta fresca para outros países registrou um crescimento de 65%, alcançando um faturamento de US$ 116,95 milhões.