O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, comentou sobre o balanço da estatal no terceiro trimestre deste ano, destacando que a queda no lucro é atribuída à diminuição no preço do petróleo e aos investimentos crescentes na transição energética no país.
No balanço divulgado na quinta-feira 9, a Petrobras apresentou um lucro líquido de R$ 26,6 bilhões, uma queda de 42,2% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior (R$ 46 bilhões).
Prates, nas redes sociais, contextualizou a queda, mencionando a redução nos preços do petróleo no mercado internacional e nos derivados no mercado interno. Ele comparou a situação com outras empresas do setor, como Chevron, destacando a importância de colocar os números em perspectiva.
“Esse resultado está sendo comparado em algumas manchetes, e a gente já vê com uma certa malícia. Ontem e hoje a gente já vê isso e realmente caiu [o lucro]. Mas o da Chevron caiu, da ABEP caiu. Estamos comparando, e é bom que se coloquem em perspectiva…o terceiro trimestre de 2022 versos terceiro de 2023.”
A @petrobras está investindo mais e continua garantindo sua sustentabilidade financeira, com excelentes resultados. pic.twitter.com/nL9LSF34LP
— Jean Paul Prates (@jeanpaulprates) November 11, 2023
O presidente ressaltou que a comparação entre os anos passados é inadequada devido aos preços “absurdos” praticados em 2022, que prejudicavam a economia brasileira. Ele lembrou que, na época, estava envolvido na proposição de projetos de lei para combater os aumentos nos preços dos combustíveis.
“O que nós estávamos fazendo em 2022? Eu estava relatando dois projetos de lei para combater um aumento absurdo dos preços dos combustíveis no Brasil. Estava inviabilizando o país. O Brent estava em um período de alta e estava batendo $ 122, entre maio e setembro, e isso se refletiu no resultado.”
“Assim mesmo em novembro, o preço estava em $ 93 dólares. Com o preço interno para os combustíveis, a Petrobras estava perdendo Market Share e estava praticando preço de paridade de importação, matando a economia brasileira.”
Prates também mencionou que parte do lucro do ano anterior resultou da venda de ativos da Petrobras, prática parcialmente interrompida com a mudança de governo.
“Nós estamos nos refestelando com a venda de refinarias da Petrobras, com a venda de gasodutos e da BR Distribuidora, com a venda de campos de petróleo. Esse lucro tinha grande parte de contribuição de venda de ativos da Petrobras. É um lucro de efemeridade e de venda da empresa. Este ano, se o destino fosse diferente, nós estaríamos nos preparando para vender essa empresa”
Nós temos uma gestão séria, ética e justa. A @petrobras está comprometida em defender a união e reconstrução do nosso país. pic.twitter.com/YulZA5X8wx
— Jean Paul Prates (@jeanpaulprates) November 11, 2023
Ele enfatizou os investimentos significativos da empresa na transição energética brasileira, destacando o papel do pré-sal como financiador desse processo. Prates afirmou que o investimento a longo prazo na transição energética gerará mais lucros no futuro.
“O pre-sal é que vai nos bancar para transição energética. A margem equatorial é que vai nos bancar, porque a transição energética ela não é uma ruptura, é transição. E ela vai levar entre 20 e 25 anos. Nesse período nós vamos precisar repor reservas sim, porque esse é o que fluxo de caixa que nos garante viver.”
“Nós estamos investindo mais e mesmo assim vamos pagar bons dividendos. Dividendos interessantes para quem é acionista. Qual empresa valorizou em 75%, mesmo em real, no mercado brasileiro? Isso não é um jogo. Significa que os investidores estruturais para Petrobras, que são os fundos de pensões que têm que pagar aposentadorias, e os fundos soberanos, que devem satisfação a países, esses detentores de ações da Petrobras acreditam nessa gestão”, concluiu Prates.
