17/06/2021 | 12:37
Um estudo feito no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa, ligado do Hospital Israelita Albert Einstein, aponta que o medicamento tofacitinibe pode reduzir em 37% a chance de morte ou piora dos quadros de insuficiência respiratória provocados pela infecção pulmonar provocada pela Covid- 19
O Einstein ressalta que, ainda que o estudo seja promissor, o medicamento não foi aprovado ou autorizado para uso por nenhuma agência regulatória do mundo para o tratamento de Covid-19, uma vez que o estudo agora publicado é o primeiro randomizado multicêntrico a avaliar seu impacto no tratamento da doença.
A pesquisa realizada pelo Einstein em parceria com a Pfizer, responsável pela produção do medicamento tofacitinibe. Comercializado como Xeljanz, ele é indicado para o tratamento de artrite reumatoide, artrite psoriásica e retocolite ulcerativa. Em farmácias, custa mais de R $ 5 mil.
O estudo foi realizado em um grupo de 289 pacientes adultos internados em 15 centros de tratamento espalhados por todo o país.
De acordo com Einstein, o trabalho foi publicado nesta quarta-feira pela The New England Journal of Medicine, a revista médica de maior impacto do mundo, e apresenta evidências de que a medicação pode se transformar em recurso relevante contra a doença.
– As respostas de nosso estudo indicam que a utilização do medicamento, quando associado ao tratamento padrão reduz o risco de morte ou de insuficiência respiratória em pacientes hospitalizados com pneumonia por Covid-19 que ainda não estão necessitando de mecânica ou de condições não invasivas – , afirma o médico Otavio Berwanger, MD, Ph.D., Diretor da Organização de Pesquisa Acadêmica (ARO) do Einstein e presidente do Comitê Executivo do estudo.
O médico ainda acrescentou:
– Além disto, este estudo representa mais uma prova de que o caminho para buscarmos soluções para esta pandemia e por meio da ciência da ciência, colaborativa e ética ”. Eventos adversos severos foram, de maneira geral, similar entre tofacitinibe e placebo.
Segundo o hospital, a eventual utilização do medicamento no arsenal anti-Covid dependerá de “extensa avaliação de dados por parte dos órgãos reguladores e autoridades de saúde”.