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Comportamento

Pandemia e auxílio emergencial mudaram o jeito de o brasileiro beber cerveja

As garrafas retornáveis, famosas pelo formato de 600 mililitros e as mais tradicionais, saíram de cena conforme bares, restaurantes e tudo que envolve bebida com confraternização perdiam espaço
Redação
05/02/2021 | 17:52

Apesar de alguns meses de queda, o Brasil saiu de 2020 tendo bebido um pouquinho mais de cerveja do que em 2019. A estimativa da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) é que a produção da bebida tenha crescido perto de 0,7% no ano passado, depois de despencar em abril e maio e se recuperar de agosto para frente.

Não foi um grande volume a mais, mas as excentricidades da pandemia reformularam a maneira de o brasileiro beber. Foi o suficiente para pegar a indústria de surpresa, e chegou até a faltar alguns tipos de cerveja em prateleiras de supermercados.

cerveja marcelo camargo
Auxílio emergencial acabou em dezembro - Foto: Agência Brasil

As garrafas retornáveis, famosas pelo formato de 600 mililitros e as mais tradicionais, saíram de cena conforme bares, restaurantes e tudo que envolve bebida com confraternização perdiam espaço. Por outro lado, cresceu a procura pelas embalagens individuais, como latinhas e long necks, que têm por volta de 300 mililitros.

“Sempre tivemos mais ou menos 60% do consumo em garrafas retornáveis e 40% nas descartáveis, mas, com a pandemia, isso se inverteu. Algumas fabricantes chegaram a ter mais de 70% do volume vendido em descartáveis”, conta o presidente da CervBrasil, Paulo Petroni.

Garrafona sobrando, long neck faltando

O problema é que a logística de uma é completamente diferente da outra. Enquanto as reutilizáveis têm uma cadeia enorme já montada para que voltem para as fabricantes e envasem as próximas cervejas, as latinhas e long necks são jogadas fora. A cada nova cerveja produzida é necessária, então, uma nova embalagem.

A mudança brusca criou um pico inesperado de demanda e que antes não existia pelos frascos menores –justamente em um momento em que indústrias de todos os tipos tinham reduzido ou paralisado a produção com o choque inicial da pandemia na economia. As fabricantes de alumínio e, principalmente, de vidro, começaram a não dar conta de fornecer todas as novas latas e garrafas de que as cervejarias passaram a precisar.

O resultado foram fábricas com garrafas de 600 ml sobrando no pátio, mas sem long necks para envasar o que tinham em barril para vender. De acordo com produtores e supermercados consultados pelo CNN Brasil Business, apesar do aperto com que algumas fabricantes chegaram a operar, não houve falta generalizada da bebida no varejo, e ao fim do ano a oferta e procura por garrafinhas já começava se ajustar.

Com auxílio emergencial, houve um crescimento de sopetão no segundo semestre e as cadeias produtivas não conseguiram reagir rápido. Foi quando começou a haver gradativamente quebras maiores no fornecimento. Não chegou a ter desabastecimento em lugar nenhum, mas pode ter faltado uma marca ou outra nas prateleiras, ou ter a garrafa grande de uma e não ter a pequena”, disse Petroni.

Dados da empresa de tecnologia para cadeia de suprimentos Neogrid apontam que nunca faltou tanta opção de cerveja nos supermercados como no ano passado. Em novembro e dezembro, o índice de ruptura do produto calculado pela Neogrid passou dos 18%, para médias que costumam ficar entre 9% a 12%. Uma ruptura de 18% indica que a cada 10 tipos de cerveja procuradas pelos consumidores, quase duas (1,8) não eram encontradas.

Fim do auxílio e queda no consumo

Em janeiro, de acordo com Petroni, da CervBrasil, a situação já começou a se normalizar. Não só porque as fornecedoras das garrafas e latinhas finalmente conseguiram normalizar seus estoques, mas, principalmente, porque o consumo voltou a cair depois do fugaz aquecimento do segundo semestre.

A razão principal para a queda, de acordo com Petroni, foi a mesma que fez as vendas arrancarem rápido nos meses anteriores: o auxílio emergencial, o benefício pago às famílias de baixa renda que acabou em dezembro.

“O auxílio acabou, a pandemia voltou em um patamar horroroso e, em janeiro, as fábricas já estão operando perto de 10% abaixo de janeiro do ano passado”, disse o presidente da CervBrasil.

Procuradas, a Ambev e a Heineken, as duas maiores produtoras de cerveja do país, informaram que as comunicações a respeito do setor são feitas pelo sindicato que as representa, o Sindcerv. Em nota, o Sindcerv afirmou que as faltas de produtos foram pontuais.

“Trata-se de um reflexo do impacto no fornecimento de insumos, questão que vem afetando diversos segmentos em um contexto atípico motivado pela pandemia”, informou a entidade.

“No setor cervejeiro, estamos enfrentando desafios pontuais com alguns insumos inerentes ao negócio, mas buscando junto aos fornecedores soluções para a normalização e menor impacto possível ao processo.”

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