Frequentemente, o povo do Rio Grande do Norte recebe promessas de grandes investimentos, obras e desenvolvimento. O recente lançamento no Estado do novo Programa de Aceleração do Crescimento, abreviado como PAC, é mais uma dessas grandes promessas, com um total de investimentos que chega à casa dos bilhões. No entanto, como temos aprendido ao longo das décadas, entre a palavra e o ato existe um processo de coisas – um abismo repleto de burocracia, possíveis incompetências e erros passados.
As gestões anteriores do PT, no governo federal, nos ensinaram a importância de sermos céticos. Anúncios semelhantes já foram feitos no passado, e muitas das obras prometidas pelo PAC original, infelizmente, não viram a luz do dia ou ficaram paralisadas, inacabadas, tornando-se monumentos do desperdício público.

Agora, nos são prometidos, entre outras coisas, a realização de significativas obras rodoviárias, entre eles a ousada duplicação da BR-304 e a construção de novos trechos rodoviários, além da ampliação do sistema de abastecimento de água de diversos municípios e a conclusão de importantes barragens. São também previstas ampliações na área de educação e saúde, incluindo a construção de um novo hospital de urgências e emergências e a retomada de obras paralisadas. Na área de habitação, mais de cinco mil unidades habitacionais estão no plano, parte delas para retomar obras inacabadas.
No entanto, paira no ar uma dúvida inquietante: essa nova fase do PAC será diferente das anteriores? O Rio Grande do Norte irá realmente testemunhar um novo ciclo de desenvolvimento, ou será mais uma vez relegado a uma série de projetos inacabados e promessas não cumpridas?
A experiência justa aponta que os anúncios devem ser acompanhados de ação concreta. Não basta apenas anunciar; é preciso executar, entregar. O RN e o Brasil já experimentaram o gosto amargo de promessas vazias. Desejamos, sinceramente, que esse novo anúncio do PAC no RN não se junte a essa lista.
Por ora, o que temos são promessas e um planejamento audacioso. Resta saber se essas palavras se transformarão em atos concretos e se o PAC, dessa vez, ajudará de fato o RN a caminhar rumo a um futuro mais próspero. A vigilância e cobrança da população, e da imprensa, serão fundamentais para garantir que a história não se repita.
*Publicado na edição impressa do AGORA RN desta quarta-feira, dia 18 de outubro de 2023.