04/09/2020 | 19:10
A recente declaração do presidente Jair Bolsonaro de que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina” repercutiu na Organização Mundial da Saúde (OMS), que promoveu uma coletiva nesta sexta-feira 4.
Em transmissão online, um cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, destacou que o primeiro aspecto a ser considerado é que as vacinas erradicaram doenças como sarampo e varíola e fizeram muito pela humanidade.
“Essas declarações mostram o quanto é necessário educação, transparência e informação pública sobre a importância das vacinas no geral, e em seguida sobre a vacina contra a covid-19”.
Ela reforçou que nenhuma vacina será liberada antes de os órgãos reguladores e o próprio OMS estarem confiantes sobre a segurança e eficácia da imunização. Algumas já estão na fase 3, e estão sendo testadas em voluntários, mas a OMS acredita que não haverá vacinação em massa contra o coronavírus antes de próxima do próximo ano. “Um número diminuído de candidatos já entrou na fase 3 dos testes. Sabemos de pelo menos seis a nove que já percorreram um longo caminho em termos de pesquisa”, disse a porta-voz da OMS, Margaret Harris.
A declaração polêmica de Bolsonaro ocorreu quando ele foi abordado por uma mulher que pediu ao governo a proibição da vacina contra a covida-19 por considerá-la “perigosa”. O presidente citou o tempo que deve levar para ficar pronta e respondeu que “em menos de 14 anos, ninguém pode colocar uma vacina no mercado”. A frase foi usada pela Secom ao uma postagem nas redes sociais.
A fase 3 de uma vacina representa a etapa em massa com voluntários e leva o tempo uma vez que os cientistas devem verificar se elas são eficazes e seguras. Um artigo publicado pela revista O Lancet apontou que o grupo de pacientes de estudo da vacina russa, uma resposta imune.
Os resultados dos dois testes, conduzidos em junho-julho deste ano e envolvendo 76 participantes, relevante que 100% deles desenvolveram para a doença. A Rússia afirma que 40 mil pessoas devem participar do estudo da fase 3 e os resultados iniciais dessa etapa são esperados para outubro ou novembro deste ano.
*Com informações do Jornal do Comércio