06/04/2022 | 08:54
Chega a ser inacreditável o tamanho da incompetência da oposição no Rio Grande do Norte. Apesar de todo o cenário se desenhar muito favorável a uma candidatura de oposição, faltando menos de seis meses para a eleição, o grupo não achou até agora alguém para bater de frente com a governadora Fátima Bezerra.
O governo Fátima está longe de desfrutar de boa avaliação. É bem verdade que o atual governo não foi implicado em escândalos de corrupção e regularizou o pagamento dos servidores. Mas é praticamente só. Fátima chega ao último ano de gestão sem uma grande obra para apresentar.
Pelo Estado afora, prefeitos reclamam da descontinuação de programas sociais e do atraso no repasse de verbas. A população se sente insegura e mal assistida na saúde. Educação, área sensível para a governadora, teve aulas suspensas por dois anos, prejudicando o desenvolvimento dos alunos.
Pois bem. Não bastasse isso, a oposição tinha até semana passada dois ministros. Todos com prestígio com o presidente Jair Bolsonaro – que, aliás, veio quatro vezes ao Estado desde que tomou posse. Em todas as oportunidades, levantando bola para seus pupilos Rogério Marinho e Fábio Faria.
Some-se a isso a bancada expressiva de deputados e vereadores e mais de uma centenas de prefeitos que têm antipatia por Fátima.
Mesmo com tudo isso, a oposição caminha para um fracasso retumbante em outubro.
O grupo se saiu melhor na corrida para o Senado. Muito por causa da fragilidade do nome do PT para a disputa até então: o atual senador Jean Paul Prates, pouco conhecido no Estado. Mas até nisso a oposição pode fracassar. As hostes governamentais trocaram Jean Paul por Carlos Eduardo, que já roubou a dianteira das pesquisas e deixou Rogério Marinho, o nome da oposição, comendo poeira até agora.
Voltando à disputa para o governo, à medida que o tempo passa e o fracasso vai ficando cada vez mais evidente, se intensifica o desespero por um nome.
Até o ex-governador José Agripino Maia foi sondado. Disse não. Álvaro Dias, outro nome cogitado e que poderia renunciar à Prefeitura, foi anulado com o movimento de Fátima de atrair Carlos Eduardo para a base. A renúncia de Álvaro significaria entregar a prefeitura de volta a Carlos, já que a vice é indicação dele. Brenno Queiroga, Fábio Dantas, General Girão… nada deu certo.
A oposição fracassou. E, pasme!, mesmo com todas as fragilidades, Fátima pode ser reeleita fácil governadora do RN em 2022.