O Rio Grande do Norte registrou 3.178 mortes causadas por síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) até o dia 20 de dezembro de 2020, segundo levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O número é 32 vezes maior que o registrado no mesmo período de 2019, quando foram somadas apenas 97 mortes pela síndrome respiratória – aumento percentual de 3.176%.
Segundo o estudo, que foi feito a partir de dados oficiais coletados no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep Gripe), o número de mortes por SRAG em 2020 subiu exponencialmente com o surgimento da Covid-19. Desde março de 2020, quando a doença somou as primeiras mortes no Rio Grande do Norte, o novo coronavírus foi responsável por 2.151 mortes por síndromes respiratórias. Ou seja, foi responsável por 67% das mortes no ano passado.
Oficialmente, o Rio Grande do Norte ultrapassou nesta quinta-feira 7 a marca de 120 mil casos confirmados e 3.067 mortes pelo novo coronavírus. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). Ao analisar os dados de mortes causadas por síndromes respiratórias, o registro mostra que houve 1.027 mortes por SRAG além dos casos causados pela infecção do novo coronavírus este ano.
Desta forma, há uma possível subnotificação dos casos de mortes pela Covid-19 em 2020. Isso porque em 2019, segundo a Fiocruz, foram registrados apenas 97 óbitos por problemas respiratórios no Rio Grande do Norte.
No ano de 2018, a SRAG causou 71 mortes. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde Pública, a partir da normativa do Ministério da Saúde, todos os óbitos por Covid-19 deverão entrar no sistema SIVEP-GRIPE – sistema utilizado pela vigilância Epidemiológica das instâncias estaduais e municipais – para inserção das fichas dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, para que possam ser feitas as devidas investigações.
De acordo com a pasta, o Rio Grande do Norte tem, hoje, 414 óbitos em investigação para infecção de Covid-19. Além disso, quase 700 óbitos foram descartados “que não foram investigados para outros vírus respiratórios seja por outros critérios de encerramento”.
A Sesap informa, ainda, que o Rio Grande do Norte tem uma comissão para investigar os óbitos que foram descartados e possivelmente causados por outros patógenos respiratórios além do Covid-19. “É importante ressaltar, que toda a força tarefa foi focada para a Covid, por isso, muitos óbitos ainda serão analisados”, disse a pasta.
Dezembro foi o mês com maior número de casos de Covid-19
O número de casos de Covid-19 cresce desde novembro. Dezembro ultrapassou junho e passou a ser o mês com o maior número de casos confirmados da doença no Rio Grande do Norte. O recorde foi batido no último dia do ano. Foram 22.960 casos registrados em dezembro, contra 22.608 em junho, considerado o mês de pico da pandemia no estado. Foram 304 óbitos em dezembro contra 767 em junho.