O Ministério da Saúde anunciou nesta semana a prorrogação, até o primeiro semestre de 2026, a estratégia de resgate vacinal para jovens de 15 a 19 anos que ainda não tomaram a vacina contra o papilomavírus humano (HPV). A medida, que originalmente tinha prazo até dezembro, visa proteger uma faixa etária que ficou fora da janela regular do calendário vacinal, mobilizando esforços em todo o país para ampliar a cobertura e reduzir a circulação do vírus associado a vários tipos de câncer.
No Rio Grande do Norte, onde a cobertura vacinal de adolescentes contra o HPV está abaixo da meta recomendada pela Organização Mundial da Saúde — que aponta 90% de cobertura entre meninas de 9 a 14 anos como alvo ideal até 2030 — a estratégia de ampliação tem sido complementada por ações conjuntas de governo e parceiros. Dados oficiais indicam que o Estado potiguar atingiu cerca de 66,9% de cobertura nessa faixa etária, abaixo do desejado, sinalizando desafios persistentes na adesão à vacina.
A atualização da estratégia nacional de vacinação reforça a importância de que jovens de 15 a 19 anos, que perderam a oportunidade de imunização na idade recomendada, tenham uma nova chance de proteção. Até dezembro deste ano, a iniciativa de resgate havia aplicado mais de 208,7 mil doses em todo o país, com 91 mil em meninas e 117,7 mil em meninos — um movimento que agora pode ganhar força com o prazo estendido.
Esforços locais e comunitários no RN
No contexto potiguar, o engajamento local tem passado por diversas frentes. Uma delas foi o Dia D de vacinação contra o HPV, realizado em agosto, com foco em adolescentes de 9 a 19 anos como forma de conscientizar a população e facilitar o acesso às doses.
Além disso, o Rio Grande do Norte faz parte da Aliança pela Vacinação contra o HPV, lançada junto ao Ceará e ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O objetivo da parceria é alcançar a meta de 90% de cobertura vacinal entre adolescentes de 9 a 14 anos até 2026, um passo considerado essencial para a prevenção de cânceres associados ao vírus, incluindo o de colo de útero. A iniciativa envolve planejamento de comunicação, capacitação de equipes de saúde e mobilização social.
Outro vetor importante tem sido a vacinação nas escolas. Pelo Programa Saúde na Escola (PSE), em 2025 mais de 21 mil doses foram aplicadas em instituições de ensino em municípios potiguares, ação que integra esforços federais e estaduais para facilitar o acesso dos jovens à imunização.
Benefícios da vacinação e orientações ao público
A vacina contra o HPV, disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é considerada segura e eficaz na prevenção de infecções que podem levar a cânceres de colo do útero, pênis, vulva, ânus e cabeça e pescoço, além de verrugas genitais.
No calendário nacional, a imunização integra as ações regulares para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, agora complementada pela estratégia de resgate para maiores de 15 anos que ainda não receberam a vacina. As doses estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em ações externas, como campanhas em escolas, universidades e eventos comunitários, com apoio de Estados e municípios para facilitar o acesso.
As autoridades de saúde reforçam que procurar a UBS mais próxima para verificar e atualizar a caderneta vacinal é fundamental para garantir proteção individual e coletiva. Com a prorrogação do prazo e a intensificação das ações no Rio Grande do Norte, espera-se ampliar a imunização e reduzir o impacto do HPV na saúde pública nos próximos anos.
