Médicos especialistas que prestam serviços de alta e média complexidade à Prefeitura do Natal suspenderam cirurgias eletivas, procedimentos e consultas médicas, alegando ausência de contrato formal com o município desde 1º de setembro.
De acordo com a categoria, cerca de 120 profissionais tiveram as atividades interrompidas, o que representa o cancelamento de aproximadamente 90 cirurgias diárias e centenas de atendimentos ambulatoriais. A paralisação atinge especialidades como oncologia, neurocirurgia, mastologia, urologia, cirurgia cardíaca, ortopedia oncológica, cirurgia pediátrica e hemodinâmica.

Os procedimentos suspensos incluem os realizados na Liga Contra o Câncer, Hospital do Coração, Serviço de Cardiologia do Hospital Rio Grande, além de parte das cirurgias do Hospital Varela Santiago e do próprio Rio Grande.
Em nota divulgada à população, os médicos afirmam estar sem vínculo contratual com o município e dizem que a solução proposta pelo secretário municipal de Saúde, Geraldo Pinho, de efetuar o pagamento via hospitais prestadores, não foi concretizada.
Os profissionais alegam que desde o início de setembro mantiveram os atendimentos baseados na promessa da Prefeitura de firmar novos contratos diretos com as instituições onde atuam — o que, segundo eles, não aconteceu até o momento.
“Passados mais de 40 dias dessa mudança de empresa, esses médicos não foram formalmente contratados, nem houve assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) anunciado pela Secretaria Municipal de Saúde”, diz o texto assinado pelos médicos.
A categoria reivindica a formalização imediata dos contratos, sem intermediários, e o pagamento dos honorários em atraso. Os profissionais reforçaram ainda o compromisso com a ética e com o atendimento à população, mas afirmaram que a continuidade das atividades se tornou “impossível diante da insegurança jurídica e administrativa”.