27/05/2022 | 19:47
A Justiça condenou o médico Dorival Ricci Junior a um ano, três meses e 22 dias de reclusão após expulsar do hospital do qual é administrador uma cuidadora de idosos lésbica. Além disso, ele também terá que pagar multa de R$ 13.332,00, além de indenização de R$ 30 mil à mulher por danos morais. Com informações do Metrópoles.
Em referência à vítima, de 36 anos, o médico disse não saber “que espécie que é, se é homem ou se é mulher”. Dorival Ricci Junior também disse que “aqui não pode”, e perguntou como ela entrou na unidade de saúde. “Não quero saber, saia do meu hospital”, disse.
A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público do Paraná em março do ano passado. O Metrópoles revelou, em primeira mão, a identidade do agora condenado.
Os crimes alegados ocorreram em 29 de janeiro de 2020, no Hospital Paraíso, em Paraíso do Norte – pequena cidade no interior do Paraná, a 516 quilômetros de Curitiba.
A atitude caracteriza o crime tipificado no artigo 20 da Lei 7.716/89. O médico pode recorrer da sentença.
“Isso não pode”
Segundo a Promotoria de Justiça, o médico, “agindo dolosamente, ciente da ilicitude e reprovabilidade da conduta, imbuído de ânimo lesbofóbico”, praticou discriminação em razão de orientação sexual contra a vítima, impedindo que ela exercesse o trabalho.
A mulher havia sido contratada para acompanhar um idoso que estava internado no Hospital Paraíso – herdado por Dorival Ricci Junior do pai, o médico Dorival Ricci, considerado pioneiro da cidade e morto no início do ano passado após apresentar problemas cardíacos.
Na ocasião, Dorival Ricci Junior, ao entrar na enfermaria onde trabalhava a vítima, indagou a uma enfermeira que o acompanhava se ela “teria estudado o caso dela”, em referência à homossexual. A profissional de saúde respondeu que a mulher era “feminina”.