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Declaração

Lula diz que “vira-latas” queriam que ele “rastejasse” diante de Trump

Presidente relembra tensões com os EUA e cita ligação recente com o líder americano para reaproximação entre os dois países
Redação
10/10/2025 | 08:25

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira 9 que parte da elite brasileira — a quem chamou de “vira-latas” — desejava que ele “rastejasse atrás” do governo dos Estados Unidos, em referência às sanções impostas pelo presidente Donald Trump a produtos e autoridades brasileiras.

“Quando o presidente Trump resolveu gritar com o Brasil, os vira-latas desse país queriam que eu rastejasse atrás do governo americano. E eu aprendi com uma mãe analfabeta: não abaixe a cabeça nunca. Se o pobre abaixar a cabeça, eles colocam uma cangaia e você nunca mais consegue levantar a cabeça”, declarou Lula.

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Em tom firme, Lula critica “vira-latas” e defende respeito do Brasil diante dos EUA. Foto: Ricardo Stuckert/PR

As falas ocorreram durante cerimônia de anúncio de investimentos na indústria naval, em Maragogipe (BA). “Ninguém respeita quem não se respeita. Se vocês quiserem ser respeitados, antes vocês se respeitem”, completou o presidente.

Lula também comentou sobre a conversa telefônica que manteve com Trump na última segunda-feira 7, quando ambos acertaram um futuro encontro presencial. “O presidente Trump, que parecia o inimigo número 1, me telefonou e disse pra mim: ‘Lulinha, pintou uma química entre nós, vamos conversar, vamos discutir’. Sabe? E é bom que pinte uma química mesmo, porque eu sei gostar de gente”, contou o chefe do Executivo.

Durante o diálogo, o presidente brasileiro solicitou a retirada das tarifas impostas às exportações nacionais e o fim das sanções aplicadas a autoridades do país. Para conduzir as tratativas, Lula designou os ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). Pelo lado norte-americano, o secretário de Estado, Marco Rubio, foi indicado para liderar as negociações.

Ainda nesta quinta-feira, Mauro Vieira conversou por telefone com Rubio. Segundo o Itamaraty, as equipes dos dois governos se reunirão presencialmente em Washington (DC), em data ainda a ser definida.