Recém-filiado ao PP após passar mais de duas décadas no PL, o deputado federal João Maia deu detalhes, nesta segunda-feira 23, sobre o processo que resultou na sua mudança de partido. Em entrevista à jornalista Thaisa Galvão, do Falei Podcast, o parlamentar afirmou ter saído do PL por recusar uma proposta para radicalizar o partido no Rio Grande do Norte.
“Eu não gosto. Acho que a radicalização não faz bem ao Brasil. (…) Pelo menos foi a proposta que me apresentaram, dizendo por que iam me substituir. Eu falei: esse perfil de fato eu não tenho. Se for para ser um radical… Eu continuo sendo o mesmo João Maia. Eu trabalho por geração de emprego e renda, para ajudar os municípios, discuto a economia dos grandes temas nacionais”, disse.
Perguntado sobre os motivos pelos quais rejeita a radicalização na política, ele respondeu: “Essa é a minha convicção. Você precisa respeitar a opinião das pessoas e as particularidades das pessoas, de onde elas vivem. O partido não pode ficar acima das necessidades das pessoas. Eu luto pelo que acredito com garra, mas não dou coice em ninguém. Eu não quero ser dono de nada, quero ser líder do partido. Não brigo”.
João Maia saiu do PL após perder o comando da legenda para o senador bolsonarista Rogério Marinho. Apesar disso, ele afirma que não tem rancor nem “problema pessoal” com o ex-correligionário. “Eu não guardo mágoas. Não vou remoer essa questão. Falei assim: ‘Hora de seguir em frente’, ‘qual a melhor opção?’”, declarou o deputado federal.
O parlamentar conta que foi para o PP a convite da própria direção da legenda no Rio Grande do Norte. Ele afirma que foi chamado para ingressar no partido pelo presidente, o ex-deputado federal Beto Rosado – que o visitou em casa ao lado do pai, o ex-deputado federal Betinho Rosado, da ex-governadora Rosalba Ciarlini e do marido dela, Carlos Augusto Rosado. “Recebi a visita e o convite”, enfatizou João Maia.
João Maia diz que, após esse primeiro encontro, foi “de mãos dadas” com Beto Rosado a Brasília para negociar o ingresso no partido com a direção nacional da sigla. Lá, então, segundo ele, foi combinado que João Maia será o presidente da sigla, tendo Beto Rosado como vice. “Fizemos como eu acho que deve ser feito. Mas não quer dizer que eu seja dono da verdade. Eu acho que deve ser feito assim. Quem pensa que pode fazer diferente faz diferente”, acrescentou.
Pelo fato de não ser radical e dialogar com todos os campos da política, do PT ao bolsonarismo, João Maia é comumente tachado como “deputado em cima do muro”, mas ele não se incomoda.
“Se cima do muro for isso, deixa eu ficar lá, porque funciona. No Governo Bolsonaro, carreei muitos recursos para a segurança, para a saúde no Governo do Estado, para os municípios do Rio Grande do Norte”, pontuou.