O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, destaca que a interdição na BR-304, por conta dos danos estruturais causados pelas chuvas que caíram no último fim de semana, vai gerar impactos significativos na indústria potiguar. A rodovia foi interditada nos dois sentidos em um trecho na cidade de Lajes, após o rio Ponta da Serra transbordar e destruir a ponte na estrada. “A BR 304 é um dos principais modais de logística para escoamento da produção. A indústria pede urgência”, disse Serquiz.
A BR-304 é a principal ligação rodoviária entre as duas maiores cidades do Rio Grande do Norte — Natal e Mossoró —, além de ligar a capital potiguar ao estado do Ceará. “A rodovia é fundamental para o escoamento da produção do interior do estado para a Grande Natal, como também da região metropolitana para o interior e estados vizinhos, então a interdição está impactando significativamente o setor produtivo potiguar”, ressalta Serquiz. “Uma solução para a situação é urgente, seja com a reconstrução da ponte ou com a instalação de um acesso alternativo”, completa.
Exemplo desse impacto é o aumento no valor do frete das indústrias cerâmicas, como aponta o presidente do Sindicato das Indústrias de Cerâmica para Construção do RN (SINDICER-RN), Vinícius Aragão. “O impacto vai ser direcionado principalmente aos produtores do Vale do Açu e Região Oeste que destinam seus produtos para a Grande Natal”, afirma.
“A rota tradicional e mais curta é pela BR-304, mas agora é necessário buscar uma rota alternativa, saindo do Vale do Açu pela Estrada do Óleo [RN-401] e descendo por João Câmara [pela BR-406] até chegar em Natal”, explica Vinícius. “Isso gera um aumento de distância entre 25% e 30%, dependendo de onde estejam as cerâmicas e os clientes, consequentemente aumentando o custo do frete na mesma ordem”, acrescenta.
De acordo com o presidente do SINDICER-RN, mais de 30 indústrias cerâmicas serão impactadas pela interdição. Entre os produtos fabricados estão blocos, tijolos e telhas que abastecem as indústrias de construção.
“Sabemos que a restauração pode levar meses, mas esperamos uma solução rápida para a interdição. Essa situação reacende o alerta de que precisamos de rodovias alternativas adequadas e com infraestrutura, porque estamos suscetíveis a situações como essa e não podemos ser dependentes de uma única rodovia em um estado como o Rio Grande do Norte”, frisa Vinícius.l