Hoje, 6, o conceituado jornalista pernambucano Magno Martins lança em Natal o livro “O Estilo Marco Maciel”, às 18 horas, na Academia de Letras do Rio Grande do Norte, presidida pelo advogado Diógenes da Cunha Lima. É a oportunidade do nosso estado prestar homenagem póstuma a um homem público, competente e ético. Convido todos que possam comparecer e prestigiar o lançamento.
Ao saberem desse evento, dois amigos de tradição e conceito no RN enviaram-se mensagens, que resumem a biografia de Marco Maciel. O ex-deputado Kleber Bezerra escreveu: “foi um político competente e sério, que honrou Pernambuco e o Brasil”. O professor e ex-secretário de Educação do Estado Dalton Andrade declarou: “Vendo os políticos que temos hoje aumenta o contraste. D’água para o vinho. Marco Maciel foi um político que deixa marcas”.
Tomei-me de profundo sentimento de dor, quando em 2021 recebi a informação do companheiro de jornalismo Anchieta Hélcias, que dizia: “acaba de falecer na madrugada o seu amigo Marco Maciel”.
Partira para a Eternidade um grande amigo. Conheci-o desde quando ele presidiu a União dos Estudantes de Pernambuco, eleito diretamente pelos estudantes, com 70% dos votos. Na mesma época (1964), fui candidato à presidência do Diretório Amaro Cavalcanti, na Faculdade de Direito de Natal. Com chances de vitória, renunciei a disputa, em protesto contra o movimento militar de 1964, que aplicou medidas repressivas ao meu concorrente, Nei Leandro de Castro e ameaçou os líderes estudantis, que tentavam organizar um ato público, nas instalações do “Restaurante Universitário”, na av. Deodoro. Entre os líderes universitários ameaçados estavam João Faustino Ferreira Neto, Geniberto Campos, Francisco Floripe Ginani, advogados Guaracy Oliveira e Paulo Frassinete de Oliveira. Dias depois, foram todos presos.
Em 1975, cheguei em Brasilia como deputado federal. Eleito por expressiva votação, as lideranças tradicionais do RN nunca aceitaram. O companheirismo de Marco Maciel manifestou-se no convite para participar de programa partidário de TV, transmitido para todo o país, ao lado dos deputados Francelino Pereira, Zezinho Bonifácio (líder à época) e outros de destaque na política nacional. Do RN logo partiram protestos pelo convite. O meu pecado era ser originário de uma família humilde, sem tradições ou poder econômico, e ter conseguido uma vaga no clube fechado de deputados federais do Estado. Além disso, estava me afirmando como parlamentar.
Os anos se passaram e Marco Maciel foi indicado vice-presidente da República. FHC o qualificou como o “vice dos sonhos”. Essa figura única na política nacional é sintetizada pela sabedoria do deputado Ulysses Guimarães, ao definir a missão do político: “O homem público é o cidadão de tempo inteiro, de quem as circunstâncias exigem o sacrifício da liberdade pessoal, mas a quem o destino oferece a mais confortadora das recompensas: a de servir à Nação em sua grandeza e projeção na eternidade”.
*Ney Lopes é jornalista