Senadores da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retiraram assinaturas da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado diante da ofensiva do governo para barrar as investigações no Congresso sobres os ataques de 8 de janeiro.
Na semana passada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que o requerimento foi apresentado na legislatura passada —que acabou em janeiro— e deu até sexta-feira 17 para que os senadores assinassem de novo ou recuassem.

Dos 44 parlamentares da atual legislatura que apoiavam o pedido de CPI da senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), apenas 15 confirmaram as assinaturas —12 a menos que o exigido. Nove voltaram atrás, incluindo o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Outros 20 não assinaram o documento de novo nem retiraram as assinaturas. A assessoria de Thronicke afirmou que a senadora ainda aguarda uma posição definitiva da Secretaria-Geral da Mesa porque não existe previsão regimental sobre ratificação.
Apesar disso, grande parte dos senadores da lista pertence ao PSD e ao MDB, que integram o governo, ou ao próprio PT. Estão neste grupo, por exemplo, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e os senadores Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Paulo Paim (PT-RS).
Thronicke conseguiu as 27 assinaturas necessárias em janeiro e acionou o STF para obrigar o presidente do Senado a abrir as investigações. Pacheco argumentou, no entanto, que o regimento determina que os requerimentos sejam arquivados ao final da legislatura. l