Entram soldados com duas bandeiras do Brasil, põe as bandeiras, ganha medalhas, toca hino, tira bandeiras, saem os soldados. Um minuto depois: Entram soldados com duas bandeiras do Brasil, põe as bandeiras, ganha medalhas, toca hino, tira bandeiras, saem os soldados.
O filme, exibido pela primeira vez na quinta em Santiago, se repetiu duas vezes na sexta (3), e mais duas vezes neste sábado (4). Teria sido mais fácil já deixar as bandeiras hasteadas e o hino tocando no repeat. Na competição de ginástica rítmica do Pan, afinal, deu Brasil, Brasil, Brasil, Brasil, Brasil, Brasil, Brasil, Brasil, Brasil e Brasil.
Um país que nunca havia ganhado uma medalha de ouro sequer na GR individual do Pan, desta vez ganhou cinco. E mais quatro de prata e uma de bronze. E só não foram cinco dobradinhas nos dois lugares mais altos do pódio porque os árbitros deram uma forcinha para a norte-americana Evita Griskenas no individual geral, em que ela buscava a vaga olímpica em uma disputa direta contra a mexicana Marina Malpica.
De resto, Griskenas, que havia ganhado quatro ouros em Lima-2019, teve que se concentrar com quatro bronzes. O país da ginástica rítmica nas Américas agora é o Brasil, que ganhou três ouros e duas pratas com Bárbara Domingos, dois ouros, uma prata e um bronze com Maria Eduarda Alexandre, e uma prata com Geovanna Santos.
Pela primeira vez, três ginastas de um mesmo país puderam competir, porque Maria Alexandre ganhou a vaga como campeã do Pan Júnior de 2021. Mas no máximo duas poderiam disputar as finais e subir ao pódio. Daí a campanha de um único bronze para Geovanna, que havia ganhado quatro medalhas no Campeonato Pan-Americano deste ano, em junho.
Neste sábado, nas maças, Maria Alexandre ganhou com nota 33,000, seguida por Bárbara, com 31,000. Evita teve 30,500. Depois, nas fitas, ouro de Babi, com 31,750, pouco só à frente de Maria Alexandre, que teve 31,600. Evita tirou 31,000. As finais por aparelhos, vale explicar, não são disputadas em Jogos Olímpicos, só o individual geral, que soma das notas de todos os aparelhos.
Das três brasileiras que foram ao pódio, porém, só Babi irá à Olimpíada, por ter sido 11ª colocada do Mundial, um evento que poderia classificar até duas atletas por país. Geovanna Santos falhou em duas séries naquele torneio e acabou sem a vaga.
Pelos critérios da Federação Internacional de Ginástica (FIG), como o Brasil já tinha uma atleta classificada, não poderia concorrer à vaga oferecida pelo Pan. Assim, Maria Eduarda, que competiu em altíssimo nível, aos 16 anos, terá que esperar até Los Angeles 2028 para estrear em Olimpíadas.
E a GR do Pan ainda não acabou. À noite, o conjunto (que tem atletas diferentes) faz sua última apresentação, em busca da terceira medalha de ouro. Neste caso, o Brasil tem sido dominante desde 1999.
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)