“A saúde do Rio Grande do Norte é uma tragédia, um caos. Está pior do que nos outros tempos, as pessoas estão sofrendo e morrendo sem atendimento”, afirmou deputado estadual Getúlio Rêgo (Democratas), que é médico.
Em entrevista exclusiva ao Agora RN, Getúlio Rêgo disse que o sistema de regulação do Rio Grande do Norte “retarda” o fluxo de atendimentos, levando a “complicações sérias”, “sequelas” e até a “óbitos”. Para o deputado, “a população não está tendo acesso a um direito que é previsto pela Constituição brasileira, que é a saúde pública. O Estado nega pela sua incapacidade de gerencial. Se você tem alguém que um caso de emergência e não está tendo acesso à saúde, isso é gravíssimo”, enfatizou.
Segundo Getúlio, “basta ver como é que estão os números da saúde. São filas intermináveis de pacientes correndo para pronto-socorro, pessoas com dores, porque estão com cálculos renais transitando no trato urinário, pacientes com problemas vasculares que, quando eram para perder apenas um dedo, acabam perdendo a perna, amputando até a coxa”, afirmou.
De acordo com o deputado, “tudo isso acontece, porque fecharam o hospital de referência, o Ruy Pereira dos Santos, alegando dificuldade na parte estrutural do prédio. Tinham 80 leitos, mas havia uma fila represada com 150 pacientes necessitando de procedimentos de urgências. E o resultado disso é que se formou uma fila imensa de pessoas tendo complicações, inclusive chegando a óbitos por falta de atendimento nesses setores estratégicos, que são as cirurgias vasculares, que os pacientes são pré-diabéticos ou com obstrução arterial, então a saúde é um verdadeiro caos”, relatou.
O deputado é crítico em relação à forma como o governo do Estado conduz a pandemia da covid-19: “Na pandemia, além de não ter implantado nenhum leito de UTI, a gestão do Estado deixou muito a desejar. Não havia insumos compatíveis com a gravidade da doença. Então, o que se via eram famílias desesperadas, correndo nas madrugadas para Fortaleza, para comprar capacetes e usar como instrumentos de respiração. Os respiradores que foram adquiridos estavam com defeito, outros foram comprados, mas que não chegaram a ser recebidos, um elenco de problemas”, destacou.
Em relação às constantes críticas e acusações que o secretário de Saúde do Estado, Cipriano Maia, vem sofrendo, inclusive com parlamentares pedindo a demissão ou a prisão do secretário, Getúlio Rêgo disse: “Ele não tem experiência em gestão hospitalar e não têm flexibilidade para aceitar sugestões. A Secretaria da Saúde do Estado sequer responde as correspondências da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, a qual sou presidente. Essa prática da pasta da Saúde do Estado demonstra muito bem a sua incapacidade gerencial”, explicou.
A reportagem procurou o secretário de Comunicação do Rio Grande do Norte, jornalista Daniel Cabral, às 14h50, e a jornalista Maria da Guia Dantas, assessora especial de imprensa do governo Fátima Bezerra, logo depois, para que comentassem as acusações feitas pelo deputado Getúlio Rêgo, mas até o fechamento desta edição não obteve nenhuma resposta.