19/11/2020 | 05:24
O presidente da Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio Grande do Norte (FAERN), José Vieira, disse nesta quarta-feira 18 que vê com preocupação denúncias de vandalismo que integrantes do Movimento Sem Terra (MST) estariam praticando no canal de acesso à segunda etapa do Distrito Irrigado do Baixo-Açu (DIBA).
Segundo essas denúncias, homens encapuzados teriam levado na semana passada telhas e linhas do telhado do galpão de armazenamento dos produtores.
“Nossa equipe também verificou no local que a energia e água são utilizadas de forma clandestina pelos invasores e funcionários que trabalham no serviço de limpeza e recuperação das placas dos acessos do canal já receberam ameaças”, afirmou.
José Vieira disse, ainda, que o governo do estado deve tomar providências para proteger os produtores que estão investindo no RN para que não sejam prejudicados.
“Para investir na agricultura é fundamental ter segurança jurídica e pública, não deixando que criminosos do Movimento Sem Terra invadem propriedades e depredem o patrimônio público e privado”, afirmou José Vieira.
Acrescentou esperar que o governo estadual encontre uma solução para que os produtores possam continuar produzindo, “mas com atos criminosos fica difícil algum investidor escolher o Rio Grande do Norte ou continuar operando ali”.
Importante para a economia potiguar e localizada na região do Vale do Açu, o DIBA conta com duas etapas que somam seis mil hectares.
Só o canal de acesso de irrigação tem 18 km de extensão e passa por manutenção para que água atenda toda a área.
Ali, segundo o presidente da Faern, o investimento inicial dos produtores e empresários ultrapassa os R$ 200 mil de recursos próprios.
Ele contou que o funcionário que atua na recuperação do canal, conhecido por Gavião, foi ameaçado na segunda-feira 9, e no dia seguinte, terça, os encapuzados teriam colocado fogo na tenda onde os trabalhadores rurais descansavam após o almoço.
Relatou, logo depois disso, que Gavião reportou que integrantes do MST teriam ido ao local com materiais pesados para abrir o canal de acesso.
As informações preliminares indicam que 100 famílias estariam morando no local e plantando nas propriedades, sem autorização dos proprietários, banana, maracujá, feijão e milho, além de gado.
A fim de obter água para as plantas, os invasores teriam resolvido quebrar o canal a golpes de enxada.
Com a quebra do canal, muitos entulhos, sujeira e peixes mortos estariam concentrados no canal que chegou a Casa de Bombas EB2.
Ouvido nesta quarta-feira, Nuilson Pinto, presidente do Diba, confirmou o vandalismo e comentou que ação é prejudicial a todos os produtores do distrito irrigado e para a economia do RN.
“A situação, que vem acontecendo há mais de três anos no perímetro do Baixo-Açu, é um ato de vandalismo e estou preocupado porque há mais de 20 anos estou neste projeto e, neste momento, estamos na fase de recuperação da segunda etapa”, alertou.
Para ele, o problema vai impactar na captação de novos investidores para o projeto.
Nesta quarta-feira, o presidente da Faern pediu ao governo estadual que interfira na situação e colocou a Federação da Agricultura à disposição para ajudar.