O deputado federal Paulinho Freire, pré-candidato do União Brasil a prefeito de Natal, engrossou o caldo dos bolsonaristas em Brasília. Ontem, assinou pedido de impeachment contra o presidente Lula da Silva (PT). A reação ocorre após o petista ter comparado a situação em Gaza com o extermínio de judeus pelo regime de Adolf Hitler na Alemanha. Do Rio Grande do Norte, apenas três parlamentares assinaram a lista: os bolsonaristas General Girão e Sargento Gonçalves, do PL, e agora Paulinho.
A iniciativa de Paulinho Freire, que sempre foi de centro e nunca teve comportamento radical, surge como uma resposta à extrema direta de Natal. Ele quer o apoio do PL. Torce para radicais como Girão e Gonçalves entrem em sua campanha. Lula se tornou alvo de seu 19° pedido de impeachment desde que assumiu o mandato em janeiro de 2023. Com isso, o petista se tornou o presidenciável com mais requerimentos deste tipo nos primeiros 14 meses de governo. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que lidera o movimento para protocolar o pedido de impeachment, decidiu adiar a petição. A formalização foi adiada por conta de pedidos extras de parlamentares para participarem do movimento.

VOO
A governadora Fátima Bezerra foi convidada e confirmou que estará presente na Bolsa de Turismo de Lisboa, maior feira de turismo do país, que ocorre de 28 fevereiro a 3 março. Com a viagem, a governadora deve transmitir o governo ao vice Walter Alves, como fez ano passado.
NAÇÃO AMIGA
Em meio às críticas à fala de Lula, deputados de oposição comemoraram mais de 130 assinaturas pedindo impeachment do presidente por suas declarações sobre o conflito Israel x Hamas. Ontem no plenário da Câmara, o potiguar Sargento Gonçalves (PL) disse que a fala de Lula configurou um crime de responsabilidade previsto na Lei 1.079/50. “Quem Lula quer agradar apoiando um grupo terrorista e atacando uma nação amiga?”
PREPARAÇÃO
Deu no Radar da Veja ontem que, em meio à bateria de depoimentos agendada pela Polícia Federal para hoje, por envolvimento de investigados num plano golpista, o Exército, comandado por Tomás Paiva, já tratou de se preparar para receber eventuais presos por ordem do STF.
SERÁ?
Segundo uma graduada fonte do Exército confirmou ao Radar, um alojamento localizado no Comando Militar do Planalto, dentro do QG, recebeu melhorias para eventuais prisões. Na linguagem militar, quando se fala em antiguidade, trata-se, na verdade, de generais e oficiais de alta patente, mas a prisão em unidade militar é direito inclusive do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é capitão.
JOGO
Paulinho Freire foi lançado candidato em janeiro, em pleno veraneio. Ele sabe que precisa se viabilizar e conquistar a direita bolsonarista, que o senador Rogério Marinho não leva automaticamente para o palanque. Os deputados federais General Girão e Sargento Gonçalves e o estadual Coronel Azevedo, do chamado bolsonarismo raiz, ainda não apoiam Paulinho. Falta entusiasmo político dos radicais. Em 2023, o deputado do União Brasil votou de acordo com as pautas do Governo Lula em mais de 60% das vezes. O União Brasil, aliás, conta com três ministérios.
MARCAR POSIÇÃO
O endosso dos parlamentares, contudo, tem o intuito de marcar posição e mostrar força política, já que, para um requerimento de impeachment ser aprovado, não é preciso ter uma quantidade mínima de assinaturas, como no caso, por exemplo, de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que deve receber o aval de pelo menos um terço da Casa antes da tramitação. Paulinho, Girão e Gonçalves sabem que, para avançar, um pedido de impeachment depende unicamente da vontade do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Outros não chegaram a ser pautados por terem sido arquivados por Lira.
ARTICULADOR
Como a coluna Opinião antecipou, o ex-deputado Henrique Alves virou um torcedor da candidatura do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PSD). Ontem no Instagram, o ex-ministro do Turismo tentou associar Paulinho Freire à extrema-direita, por apoiar o impeachment de Lula. Veja o post ao lado.