Durante coletiva de imprensa feita na manhã desta terça-feira 14, o diretor do Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep-RN), Marcos Brandão, comentou sobre como foi feito o laudo pericial no caso do bebê de 10 meses supostamente abusado no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). Na avaliação dos peritos, o material encontrado com a criança não era sêmen. Por isso, Brandão nega a possibilidade de violência física ou sexual.
“Foi verificado que não havia o PSA, que é uma proteína que tem no sêmen humano, e, também, não havia espermatozoide. Então, foram descartados esses dois elementos, que caracterizam se aquele material é sêmen humano ou não”, disse. “Então a gente descaracterizou isso, provou materialmente que não se trata de sêmen humano e, também provou materialmente, que a criança não foi vítima de abuso físico, violência física”, complementa.
Diretor do Itep-RN, Marcos Brandão, nega que bebê tenha sido vítima de abuso. Foto: José Aldenir/Agora RN.
De acordo com Brandão, o material analisado supostamente estava na boca e na roupa da criança. No exame físico e sexológico feito pela Itep-RN não foi encontrada nenhuma possibilidade de violência.
“Em relação a coleta do material, nós trouxemos para o laboratório, processamos essa amostra. Isso foi feito de uma forma muito criteriosa e cautelosa, que é um exame que precisa deste tipo de cautela, até porque é um exame que vai dizer se é ou não é. É um exame de certeza”, afirma.
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Laudo do Itep-RN nega abuso
O Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep/RN) informa que concluiu os laudos do caso de um bebê que supostamente teria sido violentado na enfermaria de um hospital em Natal.
O laudo do exame de pesquisa de espermatozóide e PSA deu negativo. O exame foi feito através do líquido encontrado no bebê, na roupa que ela usava e de swabs coletados na boca e na cervical. As análises dos materiais foram feitas por mais de 12 horas por peritos criminais que são especialistas nesse tipo pesquisa.
Além disso, o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) não mostrou nenhum indício de agressão ou violência sexual contra a criança.
HUOL não vai se pronunciar sobre laudo do Itep-RN
Após o resultado do laudo do Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep/RN) negar a possibilidade de abuso contra um bebê de 10 meses no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), o AGORA RN entrou em contato com a instituição para saber o motivo da diferença do exame feito na própria unidade na última sexta-feira 10. A Polícia Civil deve estar em posse dos dois laudos e se pronunciar sobre o caso até o final da tarde
O HUOL afirmou que, a partir de agora, as investigações estão a cargo, de forma exclusiva, da Polícia Civil. No entanto, a instituição vem colaborando desde o início das inspeções a respeito do caso.
Confira a nota encaminhada pelo HUOL:
A investigação sobre o caso de suposta violência sexual contra um bebê de 10 meses que está internado no Hospital Universitário Onofre Lopes, ocorrido em 10 de novembro, está sob responsabilidade exclusiva da Polícia Civil, a quem deve ser dirigido qualquer pedido de informação. O HUOL vem colaborando com as autoridades policiais desde o início das investigações e dando todo suporte à família do bebê.
Superintendência do HUOL.
Ao ser questionada pelo AGORA RN sobre o assunto, a Polícia Civil afirmou que só vai se pronunciar sobre o assunto quando tiver em posse de todos os laudos. A previsão é para o final da tarde desta terça-feira 14.
Suposto abuso contra bebê de 10 meses
Um bebê de apenas 10 meses foi supostamente vítima de abuso sexual no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) na noite da sexta-feira 10, em Natal. De acordo com o relato da mãe da criança, ao retornar após sair para beber água, ela notou uma movimentação suspeita por parte de um acompanhante de outra paciente que compartilhava o mesmo quarto. Ao perceber algo incomum no bebê, ela imediatamente acionou a equipe hospitalar, composta por enfermeiros e seguranças, que por sua vez entraram em contato com as polícias Civil e Militar. O homem foi detido em flagrante.
A mãe relatou:
“Minha vizinha de quarto saiu, deixando seu esposo com o filho. Meu bebê estava dormindo, e em questão de 3 a 5 minutos, muito rápido, ao retornar, percebi que o homem estava ajeitando a roupa. Corri, liguei a luz e verifiquei meu bebê. Olhei para as partes íntimas e não vi nada anormal, mas ao observar o canto da boquinha dele, havia um líquido estranho.”
A técnica de enfermagem, ao ser informada, chamou outras enfermeiras, que coletaram o líquido para análise em laboratório do hospital. Após o retorno ao quarto, a mãe notou o homem tenso e deixou o local rapidamente com seu bebê, que possui uma síndrome rara afetando fígado, pâncreas e rins, e estava internado para hemodiálise após a colocação de um catéter.
O resultado da análise revelou que o líquido na boca do bebê continha material genético do suspeito. As autoridades hospitalares e as polícias Civil e Militar foram acionadas, resultando na prisão em flagrante do homem.
O Hospital Universitário Onofre Lopes confirmou o incidente, lamentando profundamente e se solidarizando com a vítima e a família. O hospital assegurou estar oferecendo todo o suporte necessário.
O caso está sendo investigado pela 2ª Delegacia de Plantão da Zona Norte de Natal. A Polícia Civil informou que um procedimento foi instaurado para esclarecer as circunstâncias e responsabilidades, com o processo tramitando em sigilo devido à natureza delicada do ocorrido.