Após meses no isolamento, e lidando com todos os medos proporcionados pela flexibilização, Murilo encerra sua jornada em Diário de um Confinado – Episódio Especial, que estreou sexta-feira, 18, no Globoplay. O personagem, interpretado por Bruno Mazzeo, protagonizou duas temporadas da série Diário de um Confinado, produção da quarentena também disponível na plataforma. Agora, Murilo se reúne com a família, na casa da mãe, para celebrar o Natal, seguindo todos os protocolos de segurança – o que não o tornará menos amedrontado com a possibilidade de se contaminar com o vírus. Com esse especial, Bruno se despede de seu divertido e paranoico personagem. “O especial encerra bem a narrativa que a gente construiu para o Murilo ao longo das duas temporadas”, afirma a diretora artística Joana Jabace, mulher de Bruno e uma das criadoras do projeto ao lado do marido.
Além de Renata Sorrah, como a mãe, o episódio conta com a participação de Débora Bloch, que volta a viver Adelaide, vizinha do Murilo – a atriz, aliás, é estrela de Segunda Chamada, outra produção dirigida por Joana Jabace e que deve ser retomada em 2021. Joana conversou com o Estadão por e-mail.
No episódio especial de Diário de um Confinado, Murilo se encontra na fase de flexibilização, assim como já estava na segunda temporada, certo? Os medos, os receios, as preocupações dele continuam os mesmos das duas temporadas da série?
Murilo é essencialmente um paranoico, uma hipérbole de todas as nossas paranoias juntas. Então, sim, ele continua superparanoico. Mas, diferentemente da primeira temporada, por exemplo, em que a paranoia era receber um delivery, agora o foco da questão é justamente o quanto flexibilizar ou não e quais os códigos deste novo normal.
Agora, Murilo dá um novo passo em sua jornada na pandemia, que será se encontrar com a família na ceia de Natal. Como será essa reunião familiar no contexto do ‘novo normal’?
A ceia de Natal é o coração do episódio. As famílias estão muito saudosas depois de meses só se vendo pelas telas, e com a família do Murilo também é assim. A mãe, interpretada pela Renata Sorrah, organiza o Natal seguindo protocolos de segurança, todos têm que ser testados, PCR e sorologia, e a apresentação do resultado negativo na entrada é obrigatória, é a nova pulseirinha vip. Muito álcool em gel, máscara de presente e distanciamento. Mas, apesar de todas as novidades trazidas pela pandemia, o encontro continua sendo essencialmente uma festa em família, com as dores e as delícias que esse tipo de evento carrega.
Imagino que seja delicado para você e o Bruno tratarem dessa fase de flexibilização do personagem, tendo em vista o aumento nos números de contaminações e mortes pela covid, a recomendação de que as pessoas não façam aglomerações no final de ano, e que elas sigam uma série de protocolos caso decidam passar as festas de final de ano com parentes que não convivem na mesma casa que elas. Assim, qual o desafio e a preocupação em retratar Murilo neste momento?
Terminamos de filmar o especial dia 21 de novembro. Bruno escreveu em outubro, ainda trabalhamos em uma situação em que a curva não tinha subido como a situação que estamos agora. Estamos em um momento em que tudo muda muito rápido. Nossa preocupação, desde a primeira temporada, foi não tentar dar conta da questão macro que é a tragédia da pandemia no mundo, e principalmente, no Brasil. Diário de um Confinado é um recorte bem-humorado de um homem paranoico no seu apartamento e agora tendo que lidar com a flexibilização. A ceia, o encontro familiar que temos nesse especial é repleto de protocolos, na ficção e nos bastidores.
O que esse especial trará sobre a relação de Murilo com a mãe, Marília, e a vizinha Adelaide?
Acho que esse especial é uma comédia romântica, diferente dos outros, que eram episódios curtos, sem um arco longo. O especial fala do desenvolvimento da relação do Murilo e da Adelaide. Eles estão juntos, mas o dilema dele é se ela gosta realmente dele ou está com ele apenas porque ele é vizinho, testou negativo e é uma companhia. Existe todo tempo no episódio essa dualidade entre eles se assumirem como um casal de namorados ou apenas como vizinhos que estão se fazendo companhia num momento complicado. Mas, dando spoiler, eles como casal têm um final feliz.
Como foram realizadas as gravações desse especial? O que mudou em relação à primeira temporada, que foi gravada inteiramente na casa de vocês, e também em relação à 2ª temporada?
Na primeira temporada, nós fizemos 100% das cenas aqui em casa. Na segunda, fizemos algumas diárias fora da nossa casa. E, agora, no especial, tivemos cenas em locação, nos Estúdios Globo e na casa da Débora, sempre seguindo os protocolos de segurança.
Diário de um Confinado poderá ganhar mais uma temporada? Se sim, em que momento? Talvez quando começar a vacinação no Brasil (que esperamos que seja em breve)?
Acho que não. O especial encerra bem a narrativa que a gente construiu para o Murilo ao longo das duas temporadas.
Agora, sobre Segunda Chamada, a segunda temporada da série estava prevista para este ano, mas foi adiada por causa da pandemia. O que muda na trama dessa nova temporada por causa justamente da pandemia?
Não vamos modificar a trama do Segunda Chamada por conta da pandemia. Como já tínhamos filmado 40% da série quando houve a paralisação das produções, agora o que vamos fazer é concluir o que ficou faltando. Vamos ajustar as cenas pendentes aos protocolos de gravação, mas não haverá modificações drásticas de dramaturgia. Então, não vamos retratar isso (a pandemia). Quem sabe em uma terceira temporada.
Quando as gravações da série serão retomadas?
Vamos reiniciar no primeiro trimestre de 2021, seguindo todos os protocolos de segurança estabelecidos pelos Estúdios Globo e pela O2.