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Opinião
Desafiando o pessimismo na segurança pública; leia opinião do AGORA RN
Apesar dos desafios, não há espaço para derrotismo. Situação da segurança exige ações urgentes e bem planejadas
Redação
18/11/2023 | 05:00

Em um recente podcast do Estadão Notícias, repercutido em editorial do jornal O Estado de S. Paulo, a coordenadora do Centro de Ciência Aplicada à Segurança da Fundação Getúlio Vargas (FGV), economista Joana Monteiro, apresentou uma análise otimista sobre a crise de segurança pública no Brasil. Desafiando o pessimismo que muitas vezes domina o debate, Monteiro afirmou: “Eu sou muito otimista. A gente tentou muito pouco. A gente não fez quase nada em termos de política de segurança para a gente dizer que não conseguiu”. Essa afirmação é um sinal claro de que ainda há muito a ser explorado em termos de políticas eficazes de segurança.

Monteiro não minimiza a gravidade da situação no Brasil. Ela reconhece que a crise de segurança é um problema antigo, com mais de 30 anos de história, enfatizando que “a gente não precisa de um esforço temporário”. “A gente precisa de um esforço permanente”, diz ela.

Além disso, Monteiro aponta que o desafio atual não se limita ao tráfico de drogas. Ela explica que o “problema central é o controle do território” por grupos criminosos, o que é possível devido à colaboração de atores estatais, incluindo policiais, órgãos de justiça e prefeituras. Este é um ponto crítico que, segundo ela, precisa ser o foco das políticas de segurança.

Segundo Monteiro, a exploração desses territórios por grupos criminosos se baseia em três pilares: acesso a armas de alto calibre, alta taxa de impunidade e conivência de diversos atores estatais. Ela sugere que as Forças Armadas têm um papel significativo no controle de armas, indo além de ações pontuais.

A economista critica a ausência de uma estratégia de segurança pública efetiva no país, com governos apresentando planos genéricos que não são realizados. Ela enfatiza a necessidade de uma governança eficaz, dizendo que “é uma bateção de cabeça sem fim e, por isso, é tão fundamental que o governo federal desenhe uma governança”.

Além disso, Monteiro reconhece a força e resistência das instituições brasileiras, mesmo comparando com outros países da América Latina. Ela acredita que é crucial “entender como separar o joio do trigo de todas as instituições, e não só nas polícias”. Refletindo sobre a impunidade no Judiciário, Monteiro observa: “O máximo que vai acontecer com ela é ganhar uma aposentadoria paga pelo nosso contribuinte”.

Monteiro conclui que, apesar dos desafios, não há espaço para derrotismo. A situação exige ações urgentes e bem planejadas, com responsabilidade e uma nova visão para a segurança pública no Brasil.

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