Quantidade insuficiente de linhas, atrasos, ônibus lotados e baixa qualidade no transporte. Esses são alguns dos desafios relatados por quem necessita utilizar o transporte público para se deslocar por Natal. O AGORA RN esteve em pontos de ônibus da Cidade Alta e conversou com alguns usuários sobre a opinião deles a respeito da qualidade do serviço oferecido.
O sistema de transporte público em Natal é alvo de reclamações diárias, e uma das principais dificuldades dos passageiros é a quantidade de ônibus, o que afeta diretamente o longo tempo de espera dos passageiros nas paradas de ônibus.
Ruth Quézia, de 28 anos, utiliza o transporte público diariamente para se locomover de casa para trabalho. “O transporte público deixa muito a desejar ainda. Às vezes a gente se pergunta onde tá o nosso imposto. Tem muito a melhorar ainda”, relatou.
Na opinião de Ruth, é preciso que sejam adquiridos mais ônibus para que o serviço melhore e a demora na parada diminua.
Os pontos de ônibus são outra questão relatada pela moça, que diz sentir falta de informações sobre onde os ônibus passam e de uma infraestrutura melhor nas paradas.
Quem também reclama da qualidade das paradas é Dona Josefa da Silva, 62, que utiliza o serviço com frequência. De acordo com ela, as condições são precárias. Ela sempre precisa ficar no sol ou se molhando na chuva. Além disso, nem sempre existem bancos para se sentar.
“Eu passei 40 minutos esperando para vir do Alecrim para a Cidade e agora estou esperando aqui há um tempo e não passa também. Muito pouco ônibus e muita gente para pegar. A qualidade é péssima. As paradas são horríveis. As daqui da Cidade Alta, misericórdia”, disse a senhora.
FALTA DE ÔNIBUS.“Só tem sucata”. Foi assim que Lígia Maria, 68, moradora do Satélite, na Zona Sul, definiu o transporte público. Ela contou que a quantidade de ônibus que passam pelo bairro diminuiu com o passar dos anos, limitando as opções e dobrando o tempo que precisa esperar.
A mulher ainda usou o exemplo de João Pessoa para comparar. “A maioria dos ônibus de João Pessoa tem ar-condicionado, ou seja, Natal está ficando para baixo. As paradas melhoraram, deram uma melhorada, mas os ônibus ainda deixam a desejar”, disse Lígia.
Lenita Silva também mora no Satélite e concordou com a falta de ônibus e a demora. “Para chegar em casa eu pego 5 ônibus. Eu pego um do meu bairro, desço no Via Direta, vou para a Cidade, depois vou para a parada do Midway, e assim vai. No Satélite são três ônibus 37 que passam lá. Tiraram o 44 na pandemia e até hoje não voltou. A gente fica no prejuízo”, disse.
Lenita disse que só não sente mais por ter direito à gratuidade, mas que não justifica o valor de R$4,50 por um serviço que não entrega qualidade.
“Muito ruim, muito sujo”, foi o que Josefa Viana, 67, opinou sobre a qualidade do transporte público. De acordo com ela, o serviço é vagaroso e sem estrutura. A senhora ainda opinou sobre a reforma das paradas que vêm sendo feitas.
“As paradas estão arrumando agora. Aí tem canto que precisa e não tem, tem canto que não precisa e tem, tem canto que eles ajeitam e não precisa ajeitar. Eles fazem umas paradas em uns cantos que não para nem sol e nem para chuva”, disse Josefa.
LIMITAÇÃO AOS FINS DE SEMANA. Apesar das inúmeras reclamações, existem pessoas que não acham o serviço completamente ruim. Esse é o caso de Francisca Roberta, 74, que afirma não ter muitos problemas com o serviço, apesar de usá-lo com frequência.
Porém, ela disse que no fim de semana tem suas atividades prejudicadas por não ter ônibus rodando. A senhora afirmou que apenas um ônibus passa no seu bairro aos domingos e ela não consegue ir para canto nenhum, já que o ônibus passa a cada 2 horas.